Campeão olímpico Mo Farah admite uso de substâncias proibidas
Rio de Janeiro - Um dos maiores atletas da história da Grã-Bretanha, dono de dois ouros olímpicos, Mo Farah admitiu, nesta quarta-feira, ter utilizado substâncias proibidas, em 2003, antes delas serem incluídas na lista da Agência Mundial Antidoping (Wada).
A declaração foi dada em entrevista à emissora de TV britânica ITV. Segundo Mo, em agosto de 2003, quando competia na Somália, ele experimentou uma planta chamada khat (cuja composição tem catina e catinona, drogas com estruturas parecidas com as anfetaminas, banidas no início de 2003).
"Eu quis experimentar. É uma planta natural, é diferente. Você masca e sente como se tivesse tomado dez xícaras de café ou chá", disse o campeão olímpico dos 5000 m e dos 10000 m nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
O khat é uma das principais plantas contidas em medicamentos dopantes. No Reino Unido, a venda dela chegou a ser proibida, em junho de 2014. A multa para quem utilizá-la é alta e acompanha detenção.
"Você pensa muito e planeja muito. Nada acontece de verdade, mas você vai para casa e não consegue dormir. É maluco, tudo está bem quando você está fazendo, mas nada acontece no dia seguinte. Foi uma perda de tempo", relatou o atleta, sobre o efeito da droga.
Com a repercussão negativa da fala de Mo, um porta-voz do britânico disse, ao jornal Daily Mirror, que "nenhum regulamento foi violado" na ocasião do uso. A Wada também confirmou, alegando que o "khat não constava na lista de substâncias proibidas em 2003".
Mo negou, em junho, estar envolvido no escândalo de doping protagonizado pelo seu técnico, Alberto Salazar. O norte-americano foi acusado de violar o regulamento antidoping internacional em 2002.
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