Experimento mostra os benefícios da bicicleta como meio de transporte para a saúde

Logo do projeto: De bike ao trabalho / Foto: Divulgação

São Paulo - Cerca de 7 milhões de pessoas morrem de doenças relacionadas à poluição do ar, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Pesquisas no Brasil, como as do patologista Dr. Paulo Saldiva (Faculdade de Medicina/USP), revelaram que “respirar o ar de São Paulo por duas horas no trânsito equivale a fumar um cigarro” e que “São Paulo sofre de bronquite crônica e está obesa”.
 
Diante deste cenário, a ONG Bike Anjo passou a integrar um movimento, com aliados na classe médica, que busca mudar a cultura de transporte nas grandes cidades, mostrando os benefícios à saúde e à qualidade de vida de quem pedala em seus deslocamentos diários, e as vantagens para a saúde pública, já que um menor número de veículos movidos a combustíveis fósseis em circulação contribui para a redução da poluição do ar nas cidades, com impacto comprovado na prevenção e no tratamento de doenças respiratórias.
 
Este ano, a Campanha De Bike ao Trabalho, realizada pela Bike Anjo no Brasil desde 2013, realizou um experimento: desafiou duas paulistanas a irem de bicicleta ao trabalho durante um mês. O desafio, registrado em vídeo, propôs que as duas fizessem diversos exames médicos no início e ao final do mês, para avaliar o impacto desta mudança de hábito na saúde. Os exames serviriam para verificar como se comportaram o coração, o aspecto metabólico-pulmonar e a musculatura, além de registrar as potenciais interferências da poluição no estado dos pulmões.
 
“Giuliana, 25, teve um ganho de 20% na capacidade aeróbica, ou seja, passou a pedalar mais tempo, com uma carga mais difícil, e o seu consumo de oxigênio aumentou”, constatou a Dra. Ana Luiza Panico, que monitorou e analisou os exames no InCor - Instituto do Coração/SP.
 
“Os níveis de açúcar no sangue baixaram de maneira relevante nos dois casos, o que é importante para postergar um possível início de diabetes na vida adulta ou controlar melhor - e com menos remédios - a diabetes que se inicia nessa fase da vida”, esclareceu Dr. Ubiratan de Paula Santos, médico pneumologista do InCor-SP, que supervisionou o experimento. Ele é um dos idealizadores do Projeto Pedal, que busca, por meio de pesquisas, incentivar o ciclismo como forma de promoção da saúde e da mobilidade urbana não-poluente.
 
O experimento mostrou ainda que os ganhos em saúde mental de quem vai de bicicleta ao trabalho podem superar os que foram atestados pelos exames médicos. Para Jamile, 44 anos, “Vencer o medo e desenvolver a perseverança e resiliência foram os aprendizados mais importantes”. Tanto para Giuliana quanto para Jamile, a melhora da auto-estima e da autoconfiança foram observadas logo na primeira semana. A melhora do humor foi nítida nos dois casos, bem como a diminuição do estresse, o que acarretou, no caso de Giuliana, em melhor produtividade no trabalho. “Percebi que produzo mais em menos tempo e com menos desgaste nos dias que pedalo para o trabalho - chega a ser engraçado a diferença, parece que me tornei duas pessoas. Uma com bike, outra sem”.
 

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