Aduana brasileira se prepara para os Jogos Olímpicos

Representantes da Receita Federal e do Ministério do Esporte, durante a abertura do seminário em Brasília / Foto: Luiz Roberto Magalhães

Rio de Janeiro - Em se tratando de visitantes estrangeiros, em qualquer situação o primeiro contato dos turistas com os moradores de um país se dá no desembarque, quando os oficiais da imigração e da aduana – área da Receita Federal cujo objetivo principal, segundo o site da instituição, é “prover segurança, confiança e facilitação para o comércio internacional” – os recebem e eles são, após o cumprimento dos trâmites legais, liberados para entrar no país.
 
Em 430 dias, será realizada, em 5 de agosto de 2016, a abertura oficial dos Jogos Olímpicos do Rio. Trata-se do maior evento já realizado no país em qualquer setor e a maior competição esportiva do planeta trará à capital fluminense delegações de 205 nações.
 
Somados aos cerca de 10.500 atletas que são aguardados, o número de estrangeiros envolvidos diretamente na competição – incluindo técnicos, auxiliares, preparadores físicos, psicólogos, fisioterapeutas, médicos e outros profissionais, como os de imprensa, de controle de dopagem e os voluntários – elevará em vários milhares o número de estrangeiros no Rio de Janeiro. Isso sem contar os turistas de todo o globo que desembarcarão no Brasil para acompanhar de perto as emoções dos Jogos.
 
Pensando nisso, a Receita Federal realiza, nesta semana, em Brasília, o seminário Aduanas em Grandes Eventos Esportivos Internacionais. O evento teve início nesta segunda-feira (01.06), na Escola de Administração Fazendária (ESAF), e prossegue até amanhã (03.06).
 
Entre os convidados estão o canadense Mark Bond, adido da Aduana do Canadá no Brasil, que veio compartilhar a experiência de seu país no setor durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de 2010, disputados em Vancouver; o russo Maxim Nikitin, adido da Embaixada da Rússia no Brasil; que falou sobre como seu país atuou nessas questões durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de 2014, disputados em Sochi; e Lynne Goodwin, oficial da aduana do Reino Unido, que lembrou os trabalhos desenvolvidos antes e durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão, em Londres, em 2012.
 
Estiveram presentes na abertura do seminário, Flávio Antônio Araújo, coordenador geral de relações internacionais da Receita Federal; Alexandre Ribeiro Motta, diretor geral da ESAF; Luiz Fernandes Teixeira Nunes, secretário adjunto da Receita Federal; Ronaldo Medina, assessor do gabinete da Subsecretaria de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal; e Joel Benin, chefe da assessoria extraordinária de coordenação de grandes eventos esportivos do Ministério do Esporte.
 
“Esse é o primeiro evento deste tipo que realizados com estrangeiros que viveram essa experiência de organizar grandes eventos esportivos”, explica Ronaldo Medina. “Recebemos informações positivas já neste primeiro dia do seminário e tivemos um resumo do que esses países viveram em relação aos interesses aduaneiros em questões semelhantes às que vamos enfrentar em 2016”, prosseguiu Medina, que é categórico em relação à complexidade dos trabalhos que as equipes de aduana enfrentarão durante os Jogos do Rio.
 
Lynne Goodwin, oficial da aduana do Reino Unido (acima e à esquerda), Maxim Nikitin, adido da Embaixada da Rússia no Brasil; e Mark Bond, adido da Aduana do Canadá no Brasil
 
“É sem dúvida o maior desafio que o setor aduaneiro da Receita Federal já enfrentou em termos de grandes eventos. Já realizamos, nos últimos anos, os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007; os Jogos Mundiais Militares, em 2011; e a Copa do Mundo, no ano passado. Mas nada se compara à complexidade dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos”, lembrou Medina.
 
De fato, a movimentação no Aeroporto do Galeão, porta de entrada dos estrangeiros vindos de avião para a capital fluminense, e também no porto do Rio de Janeiro, para os que desembarcam de navios, aumentará incrivelmente durante os dias que antecedem aos Jogos. Os números citados pela representante do Reino Unido durante o primeiro dia do seminário só confirmam isso.
 
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 foi realizada em 27 de julho. Lynne Goodwin lembrou que, no dia anterior, o aeroporto de Heathrow, na capital inglesa, viveu seu maior movimento durante o período dos Jogos, quando foram registradas 126 mil chegadas. Para receber um contingente tão grande de passageiros, o número de oficiais no aeroporto inglês foi aumentado em 600 pessoas, chegando a 1.105 funcionários.
 
Na abertura do seminário, foram discutidas ainda a logística envolvendo a entrada de um grande volume de equipamentos esportivos nos países em questão durante esses eventos, com especial atenção para a questão das armas usadas pelos atletas do tiro esportivo ou do tiro com arco. No Reino Unido, 988 armas de fogo entraram no país durante os Jogos de 2012.
 
Também foram abordadas questões sobre os equipamentos de imprensa – de televisão e rádio, principalmente – uma vez que cerca de 20 mil profissionais do setor são esperados no Rio de Janeiro para a cobertura dos Jogos Olímpicos.
 
Nesta terça-feira (02.06), o seminário Aduanas em Grandes Eventos Esportivos Internacionais terá trabalhos fechados em grupos que discutirão assuntos como despachos de bagagem, importações e admissões, gestão, comunicação e cooperação internacional, entre outros. Na quarta-feira, também em um evento fechado, serão apresentados os relatórios.
 
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