Atleta paraolímpico seria ouro entre não amputados e agora quer Olimpíadas

Atleta pleiteia disputar Olimpíadas mesmo amputado / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – O atleta Markus Rehm surpreendeu ao vencer a prova do salto em distância, no Mundial de Atletismo paraolímpico, com a marca de 8,40m. Não bastasse ser o novo recorde mundial para amputados, a distância seria mais do que suficiente para colocá-lo com a medalha de ouro em Londres 2012 (o vencedor fez menos que isso) e disputar em pé de igualdade o Mundial convencional, quando o britânico Greg Rutherford venceu a prova com 8,41m.
 
É por isso que Rehm vem criando certa polêmica ao dizer que gostaria de participar dos Jogos Olímpicos em 2016 e não dos Paraolímpicos. Sem a parte inferior da perna direita desde os 14 anos, o alemão de 27 utiliza uma prótese, assim como Oscar Pistorius, que corria com próteses nas duas pernas.
 
O sul-africano aliás, em 2012, foi à Justiça buscar seu direito de competir com não-amputados. Agora, Rehm está quase fazendo o mesmo. O problema é que, alguns defendem, a prótese de fibra de carbono proveria uma vantagem desproporcional para o atleta amputado.
 
Clemens Prokop, presidente da Federação Alemã de Atletismo, por exemplo, pondera.  "Nós apoiamos a inclusão. No entanto, existem dúvidas significativas de que saltar com uma prótese e com um tornozelo normal não são compatíveis", afirmou ele ao jornal Zeit.
 
Quando disputou o Campeonato Alemão de Atletismo entre não-deficientes, sob a condição de que sua participação serviria para análise do Comitê, ganhou na pista, mas foi avaliado que o atleta teve de fato vantagem. Biomecânicos disseram que Rehm tem capacidade de impulsão fora do normal e que, na hora do salto, ganha uma aceleração vertical superior à dos rivais.
 
Há, porém, quem defenda. Verena Bentele, pentacampeã dos Jogos Paraolímpicos, responsável por assuntos de acessibilidade na Alemanha, considera a decisão infeliz. "Minha avaliação é que a decisão é um pouco infeliz. Eu teria preferido que a DLV [Federação Alemã de Atletismo] tivesse buscado mais seriamente a inclusão. Teria sido uma decisão mais consistente", disse ao jornal Zeit.
 
O presidente do Comitê Paraolímpico Alemão concorda. "É uma pena. Eu acho que a DLV deveria ser mais corajosa, no meu ponto de vista. A investigação não tem uma base sólida", disse ele ao Zeit.
 
Rehm também se defende dizendo que é preciso avaliar também suas desvantagens. Para ele, se for analisada profundamente, a questão pode pelo menos ficar em aberto.
 
Veja Também: 
 
 

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Curta - EA no Facebook