Atleta que precisou provar ser mulher disputará Rio 2016

Dutee brigou para poder competir / Foto: Reprodução

Rio de Janeiro - A indiana Dutee Chand, de apenas 20 anos, entrou para a história do atletismo de seu país ao se tornar a primeira velocista a conquistar uma vaga nos Jogos Olímpicos desde Moscou, em 1980. 

Chand foi medalha de prata em um torneio internacional em Almaty, no Cazaquistão, nos 100m, com o tempo de 11s24. "É engraçado porque toda aquela dor, toda a mágoa e as lágrimas que derramei simplesmente desapareceram. É como se nunca tivesse acontecido”, declarou, emocionada, ao “Times of India“, maior jornal em língua inglesa do país.

O sofrimento a que a indiana se refere é relacionado ao processo pelo qual foi submetida para comprovar ser uma mulher. Isso mesmo. A atleta, que é hipeandrogênica, produz hormônios masculinos acima da média, o que levou a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) a excluir Chand das competições oficiais em 2014. 
 
Na ocasião, ela estava prestes a disputar os Jogos da Commomwealth, em Glasgow-2014. Foi, então, submetida a um humilhante "teste de feminilidade" pela federação indiana de atletismo e retirada da delegação. Pediram que ela passaasse por um tratamento hormonal para equilibrar os níveis de produção de hormônios masculinos no seu corpo.
 
Um grupo de advogados australianos e canadenses, porém, resolveu ajudar Chand. Especializados em questões de gênero, levaram o caso ao TAS (Tribunal Arbitral do Esprote), na Suíça. A mais alta instância jurídico-esportiva do mundo questionou o argumento de vantagem atlética por ter maior nível de testosterona no sangue e deu prazo de dois anos para que se comprove, cientificamente, tal proposição. 
 
O tempo de Chand em Almaty, que a garante na Rio 2016, não está perto dos 50 melhores de 2016 nos 100m. Sua classificação, porém, é festejada na Índia, por ser a 100ª atleta a se classificar para uma edição das Olimpíadas. 
 
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