Brasil avança com 47 medalhas nos Jogos Mundiais Militares

Foto: Felipe Barra e sargento Johnso Barros / MD

Mungyeong - – O Brasil terminou esta quinta-feira (08) com 15 medalhas para serem somadas ao ranking dos 6º Jogos Mundiais Militares, que vai até o próximo domingo (11), na República das Coreia.
 

Com o desempenho, o país se consolidou como a terceira potência do atletismo militar mundial. Hoje, ouro, prata e bronze vieram da natação, ciclismo, atletismo e taekwondo. Esperança de medalha no Pentatlo Moderno, a sargento do Exército Yane Marques encerrou sua participação em quarto lugar. 

Agora, o Brasil conta com 47 medalhas (18 ouro, 15 prata e 14 bronze), bem a frente da anfitriã Coreia, que ocupa o quarto lugar com 29 medalhas (sete ouro, oito prata e 14 bronze). A China mantém a segunda posição, com 69 medalhas, e a Rússia lidera com 104 medalhas. 
 
Seis medalhas na natação  - Os atletas da natação do Brasil viveram mais um dia de disputas acirradas e saíram com mais medalhas. Na prova de 50 metros costas, dois atletas no pódio: Nicholas dos Santos, sargento do Exército, ganhou medalha de ouro, enquanto Henrique de Souza Martins, também sargento do Exército, ficou com a prata. Com esse desempenho, o Brasil está em segundo no quadro de medalhas da modalidade, atrás apenas da China. 
 
A noite já havia começado com dois bronzes na prova dos 100 metros livres, com Graciele Hermann e Nicolas Oliveira. Na prova feminina, a atleta Charlotte Bonnet, da França, quebrou o recorde em competições da prova no esporte militar, com 54s95. Graciele bateu aos 56s47. Para fechar a noite, mais duas medalhas no revezamento 4x100 medley: no masculino, o Brasil ficou com a prata. No feminino, com o bronze. 
 
O país tem mais dois dias na busca por medalhas. Somando os primeiros dias de competição, foram 13 premiações para o Brasil na modalidade, sendo quatro de ouro. A distribuição de medalhas na natação reflete o atual quadro de medalhas geral da competição, com Rússia, China e Brasil dividindo grande parte dos pódios.  
 
A gaúcha Graciele Hermann, que além do bronze desta quinta-feira, conquistou uma prata no primeiro dia de competições, disse estar feliz por contribuir para o resultado geral do país. “A cada caída na água, a gente procura dar o máximo para ajudar as Forças Armadas”, afirmou. Para Nilo de Oliveira, o mundial militar é uma boa oportunidade de competir antes da seletiva para os Jogos Olímpicos Rio 2016.  
 
As quebras de recorde foram frequentes nessas duas noites em que os atletas militares dominaram as piscinas. Os resultados são prova do desenvolvimento da modalidade nas competições do Conselho Internacional do Desporto Militar (CISM, na sigla em francês) e do alto nível dos atletas que representam os países nos Jogos. 
 
Atletismo se despede com mais três medalhas  - Militares do atletismo conquistaram mais três medalhas nesta quinta-feira (08), no KAFAC Sports Complex, em Mungyeong. As quatro atletas do revezamento 4x100m levaram o ouro e outros dois ficaram com o bronze nas individuais de 200m masculino e feminino. 
 
A sargento do Exército Rosângela Santos acumulou o ouro no revezamento 4x100m e o bronze no individual nos 200m. Ontem (07), a militar já havia conquistado o ouro nos 100m. “Este é o meu primeiro mundial como militar, e conquistei três medalhas. Mesmo sendo uma competição fora de época, nunca deixei de treinar e me dedicar. Estou fechando essa temporada muito feliz”, comemora a atleta.
 
O sargento do Exército Aldemir Gomes também levou o bronze para o Brasil nos 200m com a marca de 20s77. 
 
Uma das técnicas da equipe de atletismo, tenente da Marinha Carla Loureiro, elogia o desempenho dos militares nesse mundial. “Num balanço geral, nossa participação foi excelente. Não apenas de hoje, mas da competição inteira. Tivemos medalhas, ouro e quase batemos o recorde nos 4x100m”, avalia a técnica.
 
Pentatlo Moderno  - A sargento do Exército Yane Marques ficou na quarta colocação na disputa do Pentlato Moderno. A atleta iniciou as provas pela natação hoje (08) bem cedo. Depois, disputou na esgrima e no hipismo, mas, na corrida com tiro, não conseguiu a melhor pontuação e deixa a Coreia sem medalha. A sargento do Exército Larissa Lellys acabou a competição em 18º lugar. 
 
Taekwondo tem três medalhas  - O taekwondo ajudou o Brasil a manter-se firme na disputa com a China no ranking de medalhas. Nos tatames do complexo esportivo Kafac, os atletas militares conseguiram três medalhas, duas de ouro e uma de prata, sobre lutadores do Irã.  
 
O combate mais emblemático foi da sargento do Exército Iris Silva Tang Sing, na categoria menos de 46 kg. Após a vitória Iris desabafou: “Essa medalha representa estar mais próxima dos Jogos Olímpicos. Foi uma vitória conseguida com muito sacrifício e suor”. 
 
Iris derrotou a iraniana Nahid Kiyanichandeh no golden point, e conseguiu somar mais 20 pontos rumo à classificação para os Jogos Olímpicos. Descendentes de chineses, Tang Sing tem enfrentado uma rotina extenuante em 2015. “Este ano fiquei apenas 20 dias em casa. Antes de chegar à Coreia para disputar os Jogos Mundiais Militares fiz um circuito que incluiu Argentina, México, Israel e Turquia”, explica. “Mas a medalha recompensa todo esse sacrifício”, conclui. 
 
A lutadora integra o Programa Atletas de Alto Rendimento do Ministério da Defesa, o que assegura soldo e mais benefícios médico-odontológico, além de estrutura para treinamento. A sargento Tang Sing ressalta a importância do suporte oferecido pelo programa. “Essa foi a melhor coisa que fizeram pelo esporte no Brasil. Hoje dependo praticamente desse salário, inclusive para poder fazer empréstimos para as viagens, para poder lutar”, explica. 
 
No masculino, o sargento da Marinha Venilton Torres Teixeira bateu o iraniano Mahdi Eshaghi numa luta de recuperação. Na categoria com até 54 kg, Venilton golpeou o lutador do Irã e conquistou ouro. “É um orgulho muito grande poder representar o meu país”, afirma  Venilton, que em apenas quatro anos como lutador, já coleciona resultados expressivos, como o bronze no mundial da Rússia e 18º no ranking olímpico. 
 
Na terceira decisão até 63 kg, o sargento da Marinha Guilherme Dias Alves não conseguiu superar o iraniano Abolfazl Yaghoubijoubai. Saiu do tatame com a medalha de prata. “Este ano foi difícil para mim, pois fiquei fora do mundial e do Pan. Essa competição era uma das minhas prioridades. Os resultados de hoje mostram que o taekwondo brasileiro tem um time forte e competitivo”, afirma. 
 
O técnico principal da equipe brasileira de taekwondo, tenente da Marinha Belmiro Giordano, ressaltou o alto nível da competição. “Fizemos três finais com os iranianos, que atualmente são a maior potência no esporte. Ganhamos duas finais. Foi um resultado extraordinário levando em consideração o alto nível dos competidores”, ressalta o técnico.  
 
Três medalhas no ciclismo  - As ciclistas brasileiras tiveram muito que comemorar na República da Coreia. Além do ouro por equipes, o Brasil também conquistou, na prova de resistência, as medalhas de prata e bronze, no individual, com a dobradinha das irmãs Clemilda e Janilde Fernades. A vencedora foi a russa Natalia Boyarskaya. A largada da prova foi dada às 10h em frente ao Mungyeong Ceramic Museum com um percurso de 72 km.  
 
Fizemos um bom trabalho de equipe na corrida, conseguimos chegar com uma grande vantagem e trouxemos um ouro, uma prata e um bronze.  Estou muito feliz com o resultado, queria agradecer a toda a equipe da Força Aérea Brasileira, e com certeza vamos fazer bonito no Rio 2016. O nosso grande sonho e objetivo é trazer uma medalha de ouro nas Olimpíadas”, diz Clemilda Fernandes. 
 
A equipe brasileira foi representada na prova pelas irmãs Clemilda e Janildes Fernandes, Uenia Fernandes de Souza (prima de Clemilda) e Flavia Maria de Oliveira Paparella. 
 
Retrospecto - No início desta semana, o ciclismo brasileiro já havia registrado duas grandes marcas. Foi ouro com  o sargento Magno do Prado Nazaret  ao vencer, na terça-feira (06), a prova de contra o relógio. Ele percorreu os 32 km com um tempo de 0:42:05:20. 
 
No feminino, na mesma modalidade, a sargento Ana Paula Polegatch conquistou a prata. Com esse retrospecto, o Brasil terminou em primeiro lugar no ciclismo, com cinco medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e uma de bronze. A segunda colocação ficou com a Rússia, também com cinco medalhas (duas de ouro, uma de prata e duas de bronze). 
 
“Tudo isso é fruto de um trabalho de equipe. A concentração e o empenho dos atletas foram fundamentais para essas conquistas. Estamos fazendo história não só para o ciclismo militar, mas também para o civil”, explica a chefe da equipe de ciclismo tenente Renata Mattoso Gavinho. 
 
 
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