Brasil se aproxima de árbitros e foca em "fator casa" para 2016

Sarah Menezes, medalhista de ouro em Londres 2012; em 2016 árbitros do judô estão sendo estudados pelo COB / Foto: Divulgação / CBJ

Rio de Janeiro – A depender do COB (Comitê Olímpico do Brasil), o Brasil terá um resultado nos Jogos Olímpicos de 2016 tão surpreendente quanto tiveram os britânicos em Londres-2012, quando aumentaram de 47 para 65 as medalhas ganhas nas Olimpíadas daquele ano, comparadas a Pequim-2008. A disputa em casa, ao que parece, é bom negócio para o país-sede.
 
Para isso, porém, será preciso que uma série de fatores se convirjam, não só o apoio das arquibancadas ou os investimentos milionários que têm sido feitos desde que o Rio foi escolhido como sede, em 2009. A bem da verdade, segundo a meta do COB, o Brasil precisará quase que dobrar seu melhor desempenho em Jogos Olímpicos (15 medalhas), para alcançar os 27 pódios almejados. 
 
O plano é similar ao “home advantage” (algo como “vantagem da casa”), lançado pelos britânicos entre 2008 e 2012. Conta com relações políticas, incluídas ai as entidades nacionais e as federações internacionais, além de estudos sobre o comportamento de árbitros, trabalho psicológico para evitar a pressão de se jogar em casa sob os jogadores, administração de família e das suas relações humanas. 
 
"Acho que o principal fator do home advantage está relacionado a você inverter o conceito da pressão de competir em casa. A gente sentou com todas as gerências do COB e distribuiu responsabilidades desse plano. As questões de logística, relacionamento com federações internacionais, organização do ano de 2016 e do que a gente chama de pré-Jogos, a questão da preparação dos atletas no relacionamento com imprensa, patrocinadores e familiares, a integração dos treinadores, tudo isso tem sido desenvolvido ao longo do tempo”, explica Jorge Bichara, gerente-geral de performance esportiva do COB. 
 
O dirigente complementa que foram reunidos diversos profissionais. “Temos feito preparação mental e reunido profissionais da área para disponibilizar informações que possibilitem um trabalho maior com os atletas e diminuam a ansiedade. Qualquer tipo de informação que possa neutralizar situações de risco e que impactem na performance", complementa. 
 
A preocupação que salta aos olhos é quanto ao comportamentos dos árbitros em modalidades que ensejam decisões mais subjetivas, como nas lutas, nos saltos ornamentais e na ginástica.
 
"Você também tem questões de entender as modalidades subjetivas e quais são os códigos de arbitragem. É preciso saber as tendências de avaliação dessas arbitragens e as questões relativas a recursos para se organizar melhor no período pré-Jogos", garante Bichara.
 
O boxe e o judô, por exemplo, constantemente têm seus resultados embasados na visão particular dos árbitros e acabam por serem questionados depois. "A gente tem acompanhado o desempenho dos árbitros e passado isso para os atletas. A gente coloca isso para que eles entendam os golpes corretos que a arbitragem enxerga, por exemplo. Até locais adequados. Você precisa golpear de um jeito que os cinco vejam", conclui Mauro Silva, presidente da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe).
 
Veja Também: 
 

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Curta - EA no Facebook