Brasil tem noite de gala no tênis e elimina Djokovic das Olimpíadas
Rio de Janeiro - Tudo bem que não foi na mais glamourosa das quadras de tênis erguidas no Parque Olímpico, a quadra central, onde Serena Williams derrotava com maestria sua adversária. Ainda assim, na quadra 1, o Brasil viveu uma noite de gala nessa segunda-feira, no torneio masculino de duplas.
A primeira partida, porém, não representa isso. Com a quadra lotada de brasileiros, Thomaz Bellucci/André Sá não conseguiram segurar os italianos Fabio Fognini/Andreas Seppi, e falharam em vencer o jogo quando estavam na frente (parciais 7/5, 5/7 e 3/6), como analisa o próprio Bellucci.
"Jogaram bem, de uma certa maneira [os italianos]. A gente jogou muito mal quando estavámos na frente do placar, acabou errando muito o primeiro saque, faltou nos impor um pouco mais. A gente num momento talvez de definir o jogo não tenha sabido nos impor um pouco mais", pensa o brasileiro.
O que surpreendeu aos italianos, porém, parece ter sido a torcida brasileira. Diversas vezes interferindo no jogo (e o tênis é um esporte em que o silêncio é fundamental), seja para apoiar os brasileiros ou para vaiar os adversários, o público chegou até a ser provocado por Fognini. Quando alguém vaiava das arquibancadas, o tenista fazia sinal pedindo mais vaias. No final, porém, acabou aplaudido pelos brasileiros, em reconhecimento à sua vitória.
"Cada país tem suas particularidades. No Brasil é normal ter um pouco de barulho, a torcida interage um pouco mais. Na Europa é diferente, por mais que a gente jogue Copa Davis na Europa, o público é muito mais quieto, bate palma, no máximo dá um grito, é diferente o público, então o jogador tem que saber se adaptar nos diversos lugares", analisa Bellucci.
O baile
O baile de gala viria mesmo com a partida seguinte, com os brasileiros Marcelo Melo/Bruno Soares, melhores do mundo, contra o número 1 do mundo no simples, Novak Djokovic e seu parceiro Nenad Zimonjic.
A dupla brasileira não foi páreo para os sérvios e venceu com absoluta superioridade (6/4 e 6/4), por dois sets a zero. A torcida, em ainda maior número, foi ao êxtase, com gritos de "Ô, Vamo quebrar o Djoko, vamo quebrar o Djoko, ô", a cada serviço dos sérvios.
Com a derrota, Djokovic acabou dando adeus às Olimpíadas do Rio, o que deixou a torcida comovida a ponto de aplaudir, de pé, o tenista. Ele, depois, agradeceu ao carinho dos brasileiros.
"Eu agradeco aos brasileiros do fundo do meu coração. Mas infelizmente as circunstâncias não estiveram ao meu favor. Os brasileiros me deram uma experiência que poucas vezes tive na vida. Me senti em casa", declarou Djoko.
Outras partidas
Outro jogo que atraiu a atenção do público nesta segunda-feira foi entre o espanhol Rafael Nadal e seu parceiro Marc Lopez contra os argentinos Del Potro/Gonzalez. Um dia depois de ter eliminado Djokovic do torneio de simples, Delpo disse ter demorado para cair a ficha.
"Necessito descansar, a verdade é que a noite foi muito especial pra mim, com muita emoção, não pude dormir, muita gente me ligando, não entendia a magnitude do que fiz contra Djokovic, então em primeiro lugar preciso descansar", afirmou o argentino à imprensa logo após perder para a dupla espanhola.
Delpo disputou três partidas entre o domingo e a segunda-feira e se disse exausto. O argentino jogou dois sets contra Djoko, depois venceu o português João Sousa por 2 sets a 1 e perdeu para os espanhóis em jogo também de três sets.
Com Nadal, foram também três partidas, com um set a menos. "Uma partida muito difícil fisicamente", avaliou o espanhol.
Próximos jogos
Melo/Soares disputam a próxima partida ainda nesta terça-feira, já pelas quartas de final do torneio masculino de duplas, contra os romenos Mergea/Tecau. Nadal/Lopez também jogam hoje, contra os austríacos Marach/Peya.
No torneio de simples, Bellucci pega o uruguai Cuervas pela partida da segunda rodada, enquanto Nadal enfrenta o italiano Seppi.
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