Brasileiro quase foi preso, morou em Corcel II e hoje comemora vaga

Altobeli tem história de superação e representa Brasil nos 3.000m com obstáculos / Foto: Divulgação / CBAt

Rio de Janeiro - Altobeli Santos da Silva, de 25 anos, ouviu um ultimato da sua mãe quando tinha 18: que ele ou voltava para o emprego e largava "o atletismo, que é coisa de vagabundo, ou sai de casa". 

Foi dito e feito. Juntou tudo o que tinha numa mala e se mudou para uma nova casa: um Corcel II. "Morei quase 30 dias até eu conseguir morar de favor nos fundos da casa da minha ex-sogra. Era um cômodo só e fiquei lá durante um bom tempo", lembra o atleta. 

Hoje representante do Brasil nos 3.000m com obstáculos nos Jogos Olímpicos Rio 2016, Altobeli lembra os dias de cão que viveu, como quando quase foi preso após passar a noite em um albergue. 

“Passei o Ano Novo na rua olhando as estrelas no céu. Pegava caixa de papelão, arranjava um canto pra dormir. Arranjava uma casa baldia porque em banco de praça tinha medo. Acordava e ia cuidar de carro na cidade para arrumar algum dinheiro, moeda, esmolas dos outros para comprar pão. Pedia marmita em restaurante. Isso eu não tenho vergonha de falar”, afirma . 
 
Como todo bom fundista, Altobeli possuio um corpo esguio e magricelo, com certa semelhança com um adolescente. Mas, no esporte, age como um adulto: conquistou o índice olímpico em abril, e sem acompanhamento técnico, sem academia e sem patrocinadores grandes (um restaurante e uma barbearia de sua cidade, no interior de São Paulo, ajudam na sua carreira). 
 
Na Rio 2016 e daqui pra frente, ele espera subir cada vez mais na carreira. “Quero que eles olhem minha história um dia. E pra ser exemplo preciso fazer diferente, ainda não fiz. Ir além, muito além do que já fui para poder que falem: 'se este cara conseguiu, também posso'. Um cara que já passou fome, pediu coisas nas casas, morou na favela", conclui Altobeli. 
 
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