Chefão da Rio-2016 aprovou projeto superfaturado em R$ 681 mil

General Fernando Azevedo e Silva, hoje presidente da APO, aprovou projeto superfaturado dos Jogos Mundiais Militares, em 2011 / Foto: José Humberto Deveza / EA

Rio de Janeiro - O principal nome responsável pelos investimentos públicos na realização dos Jogos Olímpicos de 2016, do presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), está envolvido na aprovação de um projeto superfaturado, com prejuízos da ordem de R$ 681 mil, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU).

O general Fernando Azevedo e Silva foi quem supervisionou os convênios entre o Exército Brasileiro para a reforma do Centro Nacional de Tiro Esportivo na capital fluminense. A obra foi feita para receber os Jogos Mundiais Militares, em 2011. 

À época dos Jogos, Fernando presidia a Comissão de Desporto do Exército, função que o chancelava a ajudar na organização do evento. O trabalho do general foi o que o credenciou na escolha da presidenta Dilma Rousseff à comandar a APO. 

O órgão tem como função principal reunir esforços das três esferas públicas a fim de entregar as Olimpíadas de 2016 dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Governo federal, estado do Rio e prefeitura se alinham por meio da APO. 

O relatório apresentado pelo TCU dá conta de uma série de irregularidades nas obras patrocinadas pelo governo federal. O superfaturamento do centro de Tiro, cuja obra foi aprovada pelo hoje presidente da APO, foi uma delas. 

Ao custo de R$ 4,2 milhões, a reforma poderia ter saído 14% mais barata, de acordo com o TCU. Para isso, os militares, inclusive Azevedo, deveriam ter analisado com mais cuidado as planilhas e os projetos de construção que envolviam o projeto. 

Alguns materiais teriam sido comprados por mais de dez vezes o valor de mercado. Um exemplo é o cabo de cobre rígido, de 2,5 mm², que teve um custo 1.142% superior ao da tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). 

A investigação levou o TCU a determinar que sete pessoas envolvidas no projeto devolvam os R$ 681 mil aos cofres públicos. O general Fernando Azevedo e Silva, entretanto, não foi incluído na lista. 

 

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