COB entra na reta final de execução do planejamento para 2016

Os anéis olímpicos / Foto: Twitter

Rio de Janeiro - O momento mais esperado pelo esporte brasileiro está se aproximando. Daqui a um ano, no dia 5 de agosto de 2016, quando Time Brasil entrar no Maracanã para a Cerimônia de Abertura dos primeiros Jogos Olímpicos realizados na América do Sul, um minucioso planejamento elaborado desde 2009 pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) será colocado em prática. O objetivo é colocar o Brasil entre os dez primeiros no quadro total de medalhas do Rio 2016 e dar alicerces para que o país se mantenha nesta posição pelos Jogos subsequentes. 

O Brasil tem hoje 353 vagas garantidas para os Jogos do Rio. A expectativa do COB é que o Time Brasil tenha cerca de 400 atletas participando do maior evento esportivo do mundo. 
 
Para o COB, os próximos 12 meses serão do aprimoramento da execução do planejamento feito ainda no ciclo olímpico passado. Uma série de ações de apoio a atletas e equipes está sendo colocada em prática, em um trabalho em conjunto entre o COB, Confederação Brasileiras Olímpicas e Ministério do Esporte. 
 
Para alcançar os objetivos em 2016, o Brasil conta com a união de todos os agentes do esporte. "A nossa maior vitória nestes últimos anos, desde que ganhamos o direito de ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016, foi o alinhamento do pensamento. Nós conseguimos trazer para a mesma mesa, com investimentos para o mesmo caminho, Ministério do Esporte, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Defesa, Confederações Brasileiras Olímpicas e patrocinadores. Estamos todos juntos para realizarmos a melhor campanha possível nos Jogos Olímpicos Rio 2016", declarou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB.
 
A estratégia do COB envolve investimentos, de forma a atender todos os detalhes da preparação, em diversas áreas como: Ciências do Esporte, intercâmbio de treinamentos e competições, capacitação de treinadores, apoio às equipes multidisciplinares, compras de equipamentos, gerenciamento do CT Time Brasil, entre outros.
 
"Os atletas brasileiros hoje têm a possibilidade de preparação como os melhores do mundo, começando pelo treinador, brasileiro ou estrangeiro, ciências do esporte, local de treinamento, número de viagens de intercâmbio, de competições, equipamentos de última geração... Ou seja, o Brasil chegou ao padrão de Top 10. Falta agora chegar ao resultado daqui a um ano. É para isso que estamos trabalhando", afirmou Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB.
 
O ano de 2015, com Campeonatos Mundiais nas principais modalidades olímpicas, além dos Jogos Pan-americanos Toronto, encerrados há menos de uma semana, será um importante parâmetro para demonstrar o estágio da preparação dos atletas do Time Brasil na reta final para 2016. O COB realiza um monitoramento permanente de resultados dos principais atletas do país e de seus concorrentes, e com isso define estratégias de investimento e suporte. Os evento esportivos deste ano ainda servem para que sejam testados novos equipamentos específicos, assim como executadas estratégias competitivas diferenciadas.
 
"Está sendo o melhor quadriênio da história olímpica brasileira. Depois de Londres nós acompanhamos que em 2013 foram 27 medalhas em Campeonatos Mundiais ou competições equivalentes e em 2014, conquistamos 24 medalhas. Duas marcas nunca antes atingidas nos primeiros e segundos anos do ciclo. Agora, em 2015, tivemos os Jogos Pan-americanos de Toronto, onde ficamos na terceira colocação do quadro de medalhas. Neste ano, ainda temos vários importantes mundiais, que servirão de parâmetro para o que pretendemos avaliar em relação aos Jogos Rio 2016. Já estamos na fase de atacarmos os detalhes, mas os ajustes sempre podem ser feitos", destacou Marcus Vinicius.
 
Nesse sentido, os Jogos Pan-americanos Toronto 2015, encerrados no dia 26 de julho, foram ricos em experiências e conclusões. O Time Brasil alcançou as principais metas propostas pelo COB para os Jogos. O país alcançou o total de 141 medalhas, ficando em terceiro lugar no quadro de medalhas da competição, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. Com uma delegação composta por 70% de estreantes em Jogos Pan-americanos, o saldo da participação brasileira foi altamente positivo. 
 
Em Toronto, assim como nos primeiros anos deste ciclo olímpico, o Time Brasil apresentou novas possibilidades de conquistas olímpicas. “A melhor preparação possível dos nossos atletas está se refletindo nos resultados que estamos obtendo ao longo do ciclo. Toronto confirmou uma série de atletas e modalidades em condições de brigar pelo pódio no Rio. Isso não é garantia de medalhas no Rio, mas indica que estamos no caminho certo”, disse Adriana Behar, gerente geral de Planejamento Esportivo do COB.  
 
Para alcançar a meta estipulada, o COB estudou o cenário das últimas edições de Jogos Olímpicos. Em Pequim 2008, a Ucrânia ficou em décimo com 27 medalhas, enquanto em Londres a posição foi ocupada pela Itália, com 28. Estes países tiveram medalhas em cerca de 13 modalidades.
 
"Desde que montamos o mapa estratégico do COB em 2009, identificamos a necessidade de conquista de medalhas de no mínimo 12 modalidades em 2016. Desta forma, focamos o investimento em um número superior a isso. Seria impossível selecionarmos as 12 e ganhar medalhas em todas elas. Por isso temos uma abrangência maior. A preparação é a melhor possível, mas a diferença entre um atleta medalhista e outro não será definida em centímetros ou milésimos de segundo", salientou Jorge Bichara, gerente geral de Performance Esportiva do COB. “Neste último ano de preparação, o treinamento necessita ser eficiente e inteligente. Um ano de estudo dos adversários e de atenção aos detalhes. Podemos e devemos buscar sempre a melhora do nosso desempenho”, afirmou Bichara.
 
Um dos pontos de atenção do COB para este ano que falta é em relação à prevenção e recuperação de lesões dos atletas.
 
"Faltando um ano, temos atletas que estão prontos hoje e seria bom que os Jogos começassem amanhã. Mas também temos outros atletas jovens para os quais um ano é pouco, que seria melhor que maturassem um pouco mais. São atletas que estão mostrando um novo Brasil em algumas modalidades”, disse Marcus Vinicius. “A partir de agora a atenção às lesões ganham ainda mais importância. Faltando um ano, estamos cuidando de quem está se recuperando, mas também intensificando o nosso plano de prevenção de lesões", observou Marcus Vinícius. “As lesões acontecem no alto rendimento, mas todo o esforço será necessário para que a gente chegue ao dia 5 de agosto de 2016 com o nosso maior potencial preservado e em ótimas condições”, completou Bichara.
 
Para definir procedimentos e condutas, o COB reúne desde o final do ano passado um grupo com alguns dos melhores treinadores do Time Brasil. "Criamos um conselho de treinadores que já vem orientando o caminho a ser seguido. Os temas tratados são variados, como em relação às mídias sociais, ao acesso à Vila Olímpica e várias outras ações para cuidarmos bem dos quase 400 atletas brasileiros que estarão competindo no Rio de Janeiro no ano que vem", explicou Marcus. Fazem parte do Conselho alguns dos treinadores mais consagrados do esporte olímpico mundial, como Bernardinho e Zé Roberto (vôlei), Torben Grael (vela), Ruben Magnano (basquete), Jesus Morlan (canoagem), Ricardo de Moura (natação), Marcos Goto (ginástica), Nélio Moura (atletismo), Rosiclea Campos e Nei Wilson (judô), entre outros.
 
Base 

Dentro do planejamento feito pelo COB, o Time Brasil terá uma base exclusiva de treinamento antes e durante o Rio 2016, como foi a Universidade de York, em Toronto. O COB tem convênio firmado com o Exército brasileiro para utilização da Escola de Educação Física (EsEFEx) dentro da Fortaleza de São João, na Urca. O objetivo é dar privacidade e estrutura de qualidade para o treinamento da delegação brasileira. A EsEFEx terá capacidade para receber até 260 atletas em seus alojamentos. Catorze modalidades esportivas, como vôlei, basquete, atletismo, natação, entre outros terão aparelhos novos e modernos na escola. O COB também tem convênio com a Escola Naval para transformar o local em base exclusiva para a preparação de algumas equipes olímpicas.
 
Para além dos Jogos Rio 2016, uma área da entidade já trabalha em cima de um projeto para a geração pós-Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Denominado 20/24, o projeto cria a base para manter o Brasil entre as potências olímpicas depois da competição em casa. Os resultados nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014 demonstraram que a nova geração do esporte brasileiro tem potencial para evoluir ainda mais. 
 
“Tornar e manter o Brasil uma potência olímpica está ao nosso alcance e estamos trabalhando intensamente para isso. Os Jogos Rio 2016, daqui a um ano, são uma parte fundamental dessa caminhada”, afirmou Marcus Vinicius Freire.


 
 

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