COI decide futuro da Rússia temendo boicote de Putin; Isinbayeva fala em injustiça

Yelena Isinbayeva deve voltar a performar seus magníficos saltos de olho em 2016 / Foto: Anders Sjogren / IAAF

Rio de Janeiro - No dia mais decisivo para a novela sobre o escândalo de doping envolvendo a Rússia, a maior atleta do salto com vara da história, Yelena Isinbayeva, escreveu um artigo no jornal americano "The New York Times" defendendo a liberação de seu país para competir na Rio 2016. 

Desde que o escândalo veio à tona, em dezembro, o atletismo russo está suspenso de todas as competições oficiais pela IAAF (Federação Internacional de Atletismo).

A entidade se reúne nessa sexta-feira para decidir se mantém ou não a punição para a Rússia nas Olimpíadas. O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, faz parte do conselho que se reunirá em Viena, na Áustria, e deve dar uma coletiva ao meio-dia anunciando a decisão. 

Um dos temores dos dirigentes da IAAF e do COI é que, caso a punição se mantenha, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, opte por uma atitide drástica, como retirar toda a delegação do país da Rio 2016. O boicote já foi promovido pela Rússia e outras nações em edições anteriores dos Jogos Olímpicos e são muito prejudiciais ao COI. 

No NYT, Yelena diz que apoia "a batalha contra fraudes para violar as regras antidoping", mas defende que seria uma "injustiça" que ela e outros atletas russos inocentes fossem punidos pelos que falharam (segundo a Agência Mundial Antidoping WADA, os atletas russos produziram 52 resultados positivos de doping, além de 111 terem se recusado a fazer o teste).

"Eu entendo que a IAAF precisa tomar uma forte ação para acabar com o doping. Mas eu acho injusto proibir eu e outros atletas russos limpos de competir -atletas que, repetidamente, provaram que são inocentes", declarou a saltadora.

No artigo, entitulado "Deixem-me competir no Rio", Yelena questiona a punição coletiva. "Vamos ser claros: doping é um problema global que lança uma sombra sobre o atletismo em muitos países. Se alguns atletas russos testaram positivo em exames antidoping, por que atletas russos limpos devem ser punidos? Por que não podemos competir contra atletas limpos de outros países no Rio?", indaga.

Isinbayeva detém o recorde mundial do salto com vara (5,04m) e esteve nas quatro últimas edições dos Jogos Olímpicos. A russa ostenta duas medalhas de ouro e uma de bronze. 

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