Comitê Popular acredita que Jogos Olímpicos vão segregar o Rio

Protesto de moradores da Vila Autódromo, que sofreram remoção por conta dos Jogos / Foto: Reprodução / racismoambiental.net.br

Rio de Janeiro – Criado para acompanhar o impacto social dos grandes eventos esportivos do Brasil, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o Comitê Popular divulgou seu quarto relatório sobre o andamento das instalações da Rio 2016 e a conclusão foi que elas estão aquém das expectativas.
 
Além disso, o órgão garantiu que a capital fluminense ficará ainda mais segregada após os Jogos, considerando que o Rio teve uma “oportunidade desperdiçada” de promover a inclusão e a democratização da prática esportiva na cidade.
 
"Será a Olimpíada da exclusão. Estamos desperdiçando oportunidades de promover a integração social. Infelizmente, a cidade não será mais justa, nem mais democrática. Este projeto alimenta a segregação e deixa a cidade ainda mais desigual", declarou Orlando Santos Júnior, coordenador do relatório e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
O relatório ainda cita o flagrante de que ao menos 11 operários que atuavam nas obras de revitalização da Vila Olímpica foram resgatados de situação análoga à de trabalho escravo. A obra em questão é de responsabilidade da construtora Living Amparo Empreendimentos Imobiliários, do grupo Cyrela.
 
Além disso, o Comitê Popular tece severas críticas ao sistema do BRT, no qual foram construídas faixas e estações exclusivas para os ônibus, nas zonas norte e oeste da cidade. “Ineficiente e poluente” foram os adjetivos usados para descrever o sistema. O transporte público da cidade em geral é mal distribuído, afirma o relatório.
 
Por fim, o imbróglio envolvendo a Baía de Guanabara foi lembrado. O fato do local não ficar 100% despoluído até os Jogos preocupa o Comitê.
 
Outra polêmica, a da remoção compulsória dos moradores da Vila Autódromo, próxima ao Parque Olímpico, foi relembrada. Segundo estimativa do Comitê, 4.120 famílias já foram expulsas de seus locais de origem, e outras 2.486 estão ameaçadas de desapropriação, devido a obras ligadas à Rio 2016.
 
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