Conheça a modelo trans que fará história na abertura das Olimpíadas
Rio de Janeiro – Ter a chance de, mesmo que por pouco tempo, levantar a bandeira da diversidade de gênero num evento que atingirá, estima-se, 3 bilhões de pessoas no mundo, parece um sonho para quem representa há anos a comunidade. Pois este é o cenário em que a top model internacional Lea T aparecerá: a abertura das Olimpíadas Rio 2016.
Sem poder falar muito sobre como será sua participação, a brasileira já fará história ao ser a primeira transexual a ter um papel de destaque em uma abertura olímpica, um dos eventos de maior alcance no mundo.
Lea se junta a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elza Soares e Anitta entre as personalidades já confirmadas até agora para a noite de 05 de agosto. Além das milhões de pessoas ao redor do mundo, 70 mil pessoas assistirão, ao vivo, no estádio do Maracanã, a façanha da modelo.
"Não posso falar nada ainda, precisamos manter a surpresa. Mas a mensagem será muito clara: inclusão. Todos, independente de gênero, orientação sexual, cor, raça ou credo, somos seres humanos e fazemos parte da sociedade. Meu papel na cerimônia, num universo micro e representativo, ajudará a transmitir esta mensagem", disse, em entrevista à BBC Brasil.
A brasileira não se furta a levantar a bandeira LGBT, num momento em que o país vive uma onda conservadora. "Eu, como qualquer outra transexual, levanto uma bandeira. Falo da transexualidade porque faz parte da minha história, mas sou apenas mais uma integrante desta comunidade, sou mais uma. Sei que sou privilegiada por ter a mídia que me ouve, mas cada transexual em sua luta cotidiana tem igual importância para os LGBTs", emenda.
Filha do ex-jogador da seleção Toninho Cerezo, Lea tem 29 anos e estreou como modelo em uma campanha da grife francesa Givenchy. Ela já representou marcas famosas como Vanity Fair e Vogue e estampou a capa da importante revista americana Newsweek, com o título “a moda transformada”. Em 2011, Lea esteve na capa da revista britânica Love beijando outra top: Kate Moss.
O histórico de Lea é ainda mais grandioso: ela foi eleita pela Forbes italiana como uma das 12 mulheres que mudaram a moda nacional em 2015, depois de ter sido entrevistada pela apresentadora americana Oprah Winfrey.
"Neste momento em que o Rio de Janeiro e o Brasil serão apresentados ao mundo, é imprescindível que a diversidade esteja presente. O Brasil é muito vasto, e toda essa diversidade precisa, de alguma forma, ser representada em um evento como esse. Foi justamente isso que me motivou a aceitar o convite para participar da cerimônia de abertura", conclui Lea, que atualmente vive em Gênova, na Itália, mas com base nos EUA e no Brasil.
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