Crise chega às Olimpíadas e obriga corte de 30% nos gastos

Parque Radical em Deodoro / Foto: Ricardo Cassiano / Prefeitura do Rio

Rio de Janeiro – O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 afirmou à BBC ter optado por um corte de 30% nas suas despesas para que o orçamento não ficasse comprometido. O valor limado, de R$ 7,4 bilhões, poderia levar o órgão a um déficit que, segundo legislação, teria que ser coberto pelo governo federal, em forte crise econômica.
 
Mário Andrada, diretor de comunicações do Comitê, esclarece que o plano de cortes será implementado para a manutenção do equilíbrio orçamentário. “O tempo de esbanjar acabou. Precisamos ser criativos nas maneiras de concretizar estes cortes”, justifica, com receio de que a população não toleraria gastos federais para cobrir um possível déficit.
 
O diretor já antevê uma possível onda de protestos como ocorreu em 2013, antes da Copa das Confederações. “As pessoas ficam irritadas com luxo e excesso. Temos que apertar nossos cintos”, garante, em entrevista à BBC. 
 
A situação é tão drástica que, internamente, no Comitê, aos funcionários estariam sendo pedido que lessem arquivos no computador ao invés de imprimirem. A decisão do corte teria saído, então, de uma reunião contingencial entre a cúpula da Rio 2016.
 
O corte vem de encontro com o anúncio, na semana passada, de que a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos teria um orçamento modesto. A afirmação do diretor da festa, Fernando Meirelles, era de que se gastaria cerca de 10% do que foi gasto na cerimônia de Londres 2012 – fato desmentido posteriormente pelo UOL. 
 
A venda de ingressos também está abaixo da expectativa do órgão. Das cinco milhões de entradas disponibilizadas, apenas dois milhões foram comercializadas, mesmo com o sistema de sorteios, que deverá agora ser abandonado. Os ingressos deverão ser vendidos diretamente no site oficial. 
 
Funcionários, estrutura e o voluntariado também deverá sofrer diminuições. No último, por exemplo, deverá cair de 70 mil para 60 mil o número de voluntários que, mesmo não sendo pagos, geram gastos ao Comitê. 
 
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