Diretor-geral da Abin detalha ações para os Jogos no Senado

Além de Trezza (segundo da direita para a esquerda), audiência pública reuniu o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e representantes das áreas de Segurança e Defesa do governo federal / Foto: Agência Senado

Brasília - "Tudo começa na Inteligência, e a Inteligência começa a trabalhar muito antes". A frase de Wilson Roberto Trezza, enfatizada durante audiência pública no Senado na última terça-feira (13/10), traduz a essência do trabalho realizado por diversas entidades ligadas à segurança pública para garantir a tranquilidade de atletas, dirigentes, torcedores e chefes de Estado nos Jogos Olímpicos de 2016.
 

Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Trezza explicou que o monitoramento prévio feito pela entidade tem a intenção de mapear todas as possíveis vulnerabilidades à realização do evento, sejam elas em instalações, nas rotas de deslocamento, na rede hoteleira, na infraestrutura do país e no perfil dos credenciados.

Um trabalho, segundo Trezza, feito em articulação tanto com profissionais brasileiros dos três níveis de governo quanto com representantes do setor em outros países. "Temos mais de 100 serviços de inteligência estrangeiros cooperando. Todos temos interesse que essa atividade ocorra no clima mais seguro e tranquilo", afirmou. "E o sucesso disso representa o sucesso de nossa capacidade de organização e de projeção da nossa imagem como um país capacitado nessa área", completou.
 
Desde 2011, em função da Copa do Mundo, foram feitos 260 relatórios de avaliação de risco, redigidos 1.650 documentos de inteligência e monitoradas 15 situações que envolviam pessoas potencialmente ligadas a terrorismo. Agora, diante de de um evento que mobiliza 10.500 atletas, representantes de 206 países, 32 locais de competição, 7,5 milhões de ingressos e uma audiência mundial superior a 4 bilhões de pessoas, os desafios são ainda mais superlativos.
 
"Nos eventos-teste de agosto para a Olimpíada, o nosso centro já funcionou 24 horas e ajudou consideravelmente as ações de segurança e defesa", disse Trezza. Segundo ele, mais de 800 servidores da Abin já foram capacitados para lidar com questões especificamente ligadas aos megaeventos esportivos.
 
Um dos trabalhos estratégicos da agência no período pré-jogos é fazer uma varredura dos perfis de todos os interessados em se credenciar, seja no evento propriamente dito, seja no tour da tocha. "Consultamos todos os bancos de dados da administração pública, do Brasil e do exterior, para encontrar antecedentes criminais e informações que possam ajudar a detectar pessoas potencialmente ligadas ao crime organizado, a ações terroristas e a sabotagens", disse.
 
Durante a Copa do Mundo, mais de 450 mil nomes foram pesquisados. De acordo com Trezza, na época a ação ajudou a FIFA a evitar que pessoas ligadas ao tráfico e com antecedentes criminais pudessem ser credenciadas. O mesmo procedimento será adotado nas Olimpíadas. Além disso, o monitoramento de redes sociais e a utilização de agentes descaracterizados nas instalações esportivas são ferramentas utilizadas para colher informações estratégicas para pautar o trabalho de segurança.
 
Formatada para a Copa do Mundo, a estrutura de trabalho da agência contempla um Centro Nacional em Brasília, 15 centros regionais e um Centro de Serviços Estrangeiros no Rio de Janeiro. Estruturas que serão aplicadas tanto para garantir a tranquilidade na capital fluminense como em todo o percurso do tour da tocha, por 300 cidades. Durante a competição, a prioridade também estará voltada para outras sedes do futebol: Manaus, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e São Paulo.
 
A discussão na Comissão de Controle de Atividades da Inteligência reuniu, além de Trezza, representantes da Secretaria de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Defesa e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
 
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