Doda diz que Rodrigo Pessoa 'passaria vergonha' nos Jogos Olímpicos; cavaleiro rebate

Rodrigo Pessoa foi medalhista de ouro em Atenas 2004 mas recebeu sua medalha anos depois, após a desclassificação do então campeão / Foto: Adam Pretty

Rio de Janeiro - Parte da equipe de saltos que disputou a final olímpica em Deodoro, nesta quarta-feira, Álvaro de Miranda, o Doda, afirmou aos jornalistas presentes que a ausência de Rodrigo Pessoa não fez diferença, pois o veterano cavaleiro do Brasil "podia até passar vergonha" se competisse na Rio 2016. 

Rodrigo, que é o único brasileiro campeão olímpico na modalidade, na prova de saltos individual, em Atenas 2004, não foi convocado pelo técnico americano George Morris por ter um cavalo que estaria aquém da competição. Doda concorda com esta linha de raciocínio.

"Com o cavalo que ele tinha, ele nem chegava hoje nessa prova, ele podia fazer várias faltas, não tinha nenhuma condição, nenhuma mesmo. Ele podia até passar vergonha, um cara que nem ele, que é um craque, se você não tem um cavalo a altura, ele poderia derrubar do um ao último. A grande sorte dele foi acabar não sendo convocado, porque ficaria muito ruim para a imagem dele", disse o cavaleiro, logo após a competição, na zona mista de imprensa. 

Álvaro de Miranda saltando nesta quarta-feira / Foto:  Alexander Hassenstein / Getty Images

O substituto de Pessoa na equipe, Stephan Bacha, acabou desclassificado na terça-feira, por ter causado um corte em seu cavalo, e ir contra as regras da FEI (Federação Internacional de Hipismo). Com a exclusão, o Brasil ficou em desvantagem na final, pois teria apenas três cavaleiros se apresentando e não poderia contar com o descarte da pior exibição. 

Rodrigo foi encontrado após a prova no Centro Olímpico de Hipismo e repercutiu as declarações de Doda sobre seu animal. "Isso a gente nunca vai saber [se passaria vergonha], porque não me deram a oportunidade de eu poder mostrar o meu potencial. Ele está reagindo de cabeça quente hoje, eu entendo a decepção deles, eu também estou decepcionado, carrego essa casaca há 25 anos e ninguém mais do que eu queria ver um sucesso da equipe hoje. Então precisa colocar esse comentário num contexto diferente", rebateu o cavaleiro. 

Sobre o técnico americano, Rodrigo promete que não volta à equipe brasileira se ele permanecer no posto. "O problema todo é o risco que o técnico quis pegar e infelizmente não pagou a aposta que ele fez. Se ele fica eu estou fora. Ele entrou como uma lenda e vai sair como uma lêndea. Eu tô fora", garante o cavaleiro. 

"Foi um golpe muito duro para mim [ficar de fora], eu represento o país há 25 anos e acredito que fiz bastante pela equipe. Não vou julgar agora se o meu cavalo é bom o suficiente, isso a gente nunca vai saber. Eu me guardo ao luxo de poder dormir com isso. Aqui no meu país eu tinha a chance de lutar, e me tiraram essa oportunidade", emenda Rodrigo, que viu das arquibancadas o Brasil terminar na quinta colocação por equipes na final desta quarta-feira. 
 
Os três cavaleiros do Brasil se classificaram à final dos saltos individual, prova que ocorre na manhã de sexta-feira. 

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