Com 5 pódios olímpicos, garante: "ultimamente quero me divertir"

Kimberly Rhode durante o evento-teste do tiro esportivo, em Deodoro / Foto: Wagner Meier / CBTE

Rio de Janeiro - Em Atlanta-1996, Atenas-2004 e Londres-2012, ela conquistou o ouro. Em Pequim-2008 foi a vez da prata e, em Sydney-2000, do bronze. Com as três posições do pódio já carimbadas ao longo de cinco edições olímpicas, Kimberly Rhode quer, é claro, mais um ouro no tiro esportivo no Rio de Janeiro. Contudo, o retrospecto dá margem a uma ambição ainda maior: aproveitar os Jogos Olímpicos para se divertir.

"Acho que todo atleta diria que a meta é ganhar o ouro. Estamos em busca da pontuação perfeita, que é o que sempre tentamos, mas ultimamente quero me divertir", explica a norte-americana. "Se me classificar para as Olimpíadas, terei meu marido e meu filho, que terá três anos na época, aqui comigo. Então quero ver as paisagens pelos olhos deles e pelos meus. Acho que, depois de cinco e talvez seis Olimpíadas, você pode ter essa habilidade de relaxar um pouco e aproveitar mais", pondera a atleta que, em 1996, aos 16 anos, se tornou a mais jovem campeã olímpica do tiro esportivo.
 
A recordação dos Jogos Olímpicos nos Estados Unidos é, ainda, a mais forte na memória de Kimberly. "A primeira é a que você mais lembra. Desfilar na cerimônia de abertura dos Jogos de Atlanta, quando eu tinha 16 anos, é algo difícil de ser batido para mim", ressalta a única norte-americana a conquistar medalhas individuais em cinco edições consecutivas das Olimpíadas. Além disso, Kimberly é ainda uma dos únicas três atletas, e a única mulher, a ganhar três ouros olímpicos no tiro esportivo, além do alemão Ralf Schumann e do sul-coreano Jin Jong-oh.
 
Referência no tiro ao prato, a atleta competiu neste sábado (23.04) na Copa do Mundo de Tiro Esportivo, evento-teste da modalidade para os Jogos do Rio, no Centro Nacional de Tiro, em Deodoro. Ainda em busca da vaga pelos Estados Unidos, Kimberly tenta recuperar o tempo perdido nos últimos anos. "Estou trabalhando com nutricionista e preparador físico, tentando voltar ao auge que estava há dois ou três anos. Há muitas coisas que se passam por trás das cenas e que as pessoas não veem necessariamente. Estou animada, focando em uma competição por vez e me divertindo", analisa.
 
"Tive muitos problemas médicos nos últimos dois anos desde que tive meu filho. Meu marido também esteve no hospital algumas vezes, com diverticulite, e meu pai e técnico quebrou a perna logo antes de uma seletiva olímpica e Copa do Mundo. Em uma Copa do Mundo eu também acabei indo para o hospital", conta. "Saí apenas antes do meu avião partir e, quando cheguei em casa, ainda passei mais cinco dias internada. O ano de 2015 foi difícil. Estou me sentindo melhor, minhas pontuações estão melhorando e é para isso que tenho treinado", destaca. "Acho que isso tudo está me dizendo para ter paciência e apenas me concentrar em fazer o melhor que puder", acredita.
 
Medalha de prata
 
Neste sábado, Kimberly Rhode ficou com a prata no tiro ao prato (skeet) feminino. Depois de liderar a fase eliminatória e de ser a primeira garantida na disputa pelo ouro, a norte-americana empatou na decisão com a tailandesa Sutiya Jiewchaloemmit, ambas com o acerto de 15 pratos. No desempate, Sutiya atingiu oito pratos e, com um a mais do que a rival, levou seu primeiro ouro em uma edição de Copa do Mundo.
 
"Estive em outras finais e já ganhei a prata, mas hoje é o topo do pódio, então é uma sensação muito boa", comemora, principalmente por bater a atual campeã olímpica da prova. "Ela é uma grande campeã e uma lenda. Foi uma honra competir com ela hoje. Eu tento fazer o meu melhor como sempre. Hoje isso foi recompensado e espero continuar nesse caminho", deseja a tailandesa.
 
Após a premiação, Kimberly avaliou a estrutura do Centro Nacional de Tiro. "A instalação está muito boa. Há boas áreas para os atletas e um campo de tiro muito bonito, não posso reclamar de nada. Aqui me lembra o meu campo de tiro na Califórnia", aponta a atleta, que destaca ainda seu papel como mulher em uma modalidade frequentemente associada aos homens.
 
"A melhor coisa do nosso esporte é que não importa seu tamanho, sua força, se você é homem ou mulher. Estamos competindo em um campo de igualdade", afirma. "Antes as mulheres competiam com os homens. Preciso admitir que é divertido ganhar deles de vez em quando", brinca.
 
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