Especialista diz que Rio 2016 está sendo "manipulada politicamente"

Decredo de calamidade pública mancha imagem do Brasil, segundo historiador / Foto: Reprodução Youtube

Rio de Janeiro - O decreto lançado pelo governo do Estado do Rio decretando estado de calamidade pública, a 49 dias do início dos Jogos Olímpicos, levantou críticas de todos os lados. O dispositivo, que deve facilitar o escoamento de dinheiro do governo federal para o Estado quitar obras olímpicas, foi a última saída encontrada para conseguir arcar com obras como a linha 4 do metrô e o reforço na segurança, ambos necessários para as Olimpíadas. 

Para o pesquisador da história dos Jogos Olímpicos, professor Lamartine Costa, as estratégias tomadas pelo governo estadual são discutíveis, mas uma coisa é certa: a ação do Rio não tem precedentes na história olímpica. 

"Não me lembro de ter visto isso na história dos Jogos. As Olimpíadas do Rio estão sendo manipuladas politicamente. Acho que isso (o decreto) foi um pouco forçado. Uma coisa é o governo estar em crise financeira, mas não por causa dos Jogos Olímpicos. Juntaram as duas coisas para se resolver politicamente o problema", avaliou, em entrevista ao GloboEsporte.com.
 
Outras sedes já passaram por problemas econômicos, como Atenas, na Grécia, em 2004, e Londres, no Reino Unido, em 2012. No Brasil, porém, outros fatores contribuem. 
 
"Quando aparece uma crise dessas cada governo assume. Não dá para adiar os Jogos e largar o que foi feito. O prejuízo seria muito maior. O show tem que continuar. No Brasil, a crise era inesperada e misturou política, economia e ainda a zika", continua o professor. 
 
Ainda assim, Lamartine acredita ser possível que o Rio sedie bons Jogos Olímpicos, devido ao espírito que contagia durante o evento. "Na tradição dos Jogos todos se unem. Cessam as crises e fazem tudo acontecer. Atletas, treinadores, dirigentes e até a imprensa podem se unir para não haver prejuízo para o país", conclui. 

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