Especialistas dizem que Brasil não está preparado para ataques

Thomas Bach, presidente do COI / Foto: Alex Ferro / Rio 2016

Rio de Janeiro – Os atentados terroristas do dia 13, em Paris, acenderam um sinal de alerta em todos os países que têm ou receberão algum tipo de holofote turístico. O Brasil, que abrigará os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016, porém, não estaria preparado para conter eventuais ataques, segundo especialistas no assunto.
 
O país estaria dependente da ajuda de países estrangeiros, com mais acúmulo e experiência no tema, para se assegurar e proteger o público durante os Jogos. O problema do Brasil estaria em diversos pontos, como a facilidade no acesso a armas de fogo nas favelas dominadas por traficantes de drogas.
 
Outro problema seria a falta de uma rede de inteligência mais complexa e que, tradicionalmente, impeça esse tipo de atentado, como o FBI ou a CIA, por exemplo. Os serviços americanos têm histórico de interceptação de bombas de grande alcance, bem como de ataques de militantes.
 
Especialistas ouvidos pela agência de notícia Reuters foram taxativos quanto à experiência do Brasil neste tópico. “O Brasil mais que engatinha nessa área de prevenção ao terrorismo, na verdade se arrasta. O Brasil não tem condições de rastrear no campo internacional ou saber se dinheiro está vindo para cá para financiar atentados. Terá que contar com ajuda de quem sabe fazer. Não tem jeito”, declarou Fernando Brancoli, professor da FGV.
 
Em 2009, quando o Rio de Janeiro foi escolhido para ser sede das Olimpíadas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), parte da vitória se deu ao fato de o modelo de pacificação das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) implantado nas favelas ter sido apresentado como eficaz, já que teria diminuído os índices de criminalidade na época. Hoje, porém, o modelo é questionado por vários setores da sociedade e já apresenta pontos falhos, como a corrupção dos policiais ou a presença contínua de milícias.
 
Na Copa do Mundo do ano passado, a não ocorrência de atentados durante as partidas foi um ponto positivo para o Brasil e utilizado pelos organizadores dos Jogos Olímpicos, que exaltam o fato do país nunca ter enfrentado casos de violência nos grandes eventos que já abrigou.
 
"Há um aumento natural e justificável da preocupação e esse assunto entrou na prioridade. Desde os lamentáveis ataques, o governo (federal) começou a revisitar os planos de segurança com muita força”, afirmou uma fonte ligada ao COI, segundo reportagem do UOL Esporte.
 
A expectativa para o futuro é de que um projeto de lei seja aprovado no Congresso tipificando especificamente o crime de terrorismo, com pena de 24 anos em regime fechado. O projeto, porém, precisa ser tratado com cautela já que, o ponto que impediria que movimentos sociais fossem enquadrados na mesma lei, que havia sido aprovado na Câmara, foi retirado na proposta apresentada agora ao Senado.
 
 

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