Exclusivo: Bellucci espera legado no tênis e alerta para possível "incentivo menor"

Thomaz Bellucci / Foto: Dennis Grombkowski / Getty Images

Rio de Janeiro - O melhor jogador brasileiro de tênis, Thomaz Bellucci, afirmou que as baixas que o torneio olímpico da modalidade sofreu, para a Rio 2016, tem parte a ver com o calendário, que foi apertado, mas que também a falta de pontuação e o fato de alguns jogadores não priorizarem representar seus países também pesou. 

O atleta conversou, com exclusividade, com o Esporte Alternativo nesta quinta-feira, no Centro Principal de Imprensa, dentro do Parque Olímpico da Barra. Atual 55º do mundo (sua melhor posição foi 21º, em 2010), Bellucci já sabe que vai enfrentar o alemão Dustin Brown (86º) na primeira rodada do torneio de simples. 

Para além do jogo, com a maior delegação brasileria da história no tênis (serão sete atletas nos torneios simples e duplas), Thomaz vê a modalidade crescendo nos últimos 10 anos.

"A gente ainda tem poucos atletas envolvidos. São sete atletas num país tão grande quanto o Brasil. Outros esportes tem mais visibilidade e isso, consequentemente, muda o foco. Mas o que era há 10 anos atrás e hoje a gente teve uma melhora", analisa. 

Thomaz Bellucci / Foto: Dennis Grombkowski / Getty Images

Para o jogador, o trabalho ainda não está consolidado a ponto de garantir uma medalha olímpica. "É um trabalho que está sendo começado. O cenário do tênis hoje ainda tem muito o que melhorar, é difícil você ver um centro de formação de atletas. Não tem um lugar que faça formar vários atletas. E esse é um trabalho da Confederação mesmo", emendou Thomaz. 

Ele espera que, com as 16 quadras que foram levantadas para os Jogos Olímpicos, reste algum legado para a formação de novos atletas, ponto que ele considera crucial. Questionado se o investimento maciço que foi feito no esporte visava apenas um bom resultado em casa, ele ponderou.

"Sim, pelo COB [Comitê Olímpico do Brasil] sim. O COB tem visado muito a conquista de medalhas, acho que isso é importante, mas o legado é importante, o que vai ser dos esportes depois que as Olimpíadas terminarem. Eu acredito que a Confederação tem que estar muito concentrada nisso. Daqui para frente talvez o incentivo vai ser menor no esporte, então é importante que eles fiquem atentos a isso", sugere. 

A desmotivação dos atletas em relação ao torneio olímpico também foi comentada por Bellucci. "Mais pelo calendário [alguns atletas não vieram]. Foi complicado. A gente jogou Wimblebon, teve Copa Davis, fui para Europa, voltei. O sul-americano está acostumado a viajar mais, a gente sabe que os torneios são lá fora, mas os europeus não. Então pra quem não está acostumado é cansativo e é compreensivo do lado deles, muitos não vieram por causa disso", observa. 

"Também por não ter pontuação, acredito que muitos tenham se desmotivado por causa disso. Mas é uma questão de prioridade também, minha prioridade sempre foi defender o meu país e tem muitos atletas que não têm essa prioridade", finaliza Bellucci. 

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