Família ocupa Igreja e se nega a sair de bairro afetado por Parque Olímpico

Maquinário da prefeitura demoliu diversas casas na Vila Autódromo desde 2014 / Foto: Reprodução / Facebook

Rio de Janeiro – O casal Maria da Penha Macena e Luiz Cláudio da Silva não teve outra saída a não ser se alojar na igreja da comunidade Vila Autódromo depois de ter sua residência demolida por agentes da prefeitura na última terça-feira. Eles são umas das últimas pessoas a permanecerem no local, afetado pelas obras do Parque Olímpico da Rio 2016. 
 
Com 96% da população original da comunidade já retirada do local desde 2014, para abertura de espaço para as obras olímpicas, a Vila Autódromo sobrevive agora com apenas 25 famílias. 
 
Maria da Penha e Luiz Cláudio, que vivem no local há mais de 20 anos, formam uma dessas famílias. Depois da demolição de sua casa, tiveram que levar alguns móveis e pertences pessoais ao templo da Vila. A casa, construída e ampliada anos após ano por eles mesmos, foi ao chão e agora só restam entulhos. Além dos dois, a filha e uma amiga também se mudaram para a igreja. 
 
"Estou aqui por que não tenho outro lugar para ir. A Vila Autódromo é o meu lugar e daqui não vou sair. Vou ficar aqui na igreja até arrumar uma outra moradia aqui. O prefeito, que derrubou a minha casa, vai ter que me dar uma outra”, afirma Maria da Penha, de 50 anos. 
 
Na última terça-feira Eduardo Paes afirmou, horas após mandar demolir a casa de Maria da Penha, que o casal terá direito a um novo imóvel dentro da Vila Autódromo. A promessa faz parte de um plano de reurbanização do bairro divulgado pelo prefeito. Nele, estão previstas a construção de 32 moradias para abrigar as 25 famílias que ainda residem no bairro. 
 
A promessa de Paes é que tudo estará pronto até o início das Olimpíadas.
 

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