Global Heroes correm com a Tocha Olímpica

Ex-integrantes do time de corredores de rua são eleitos para carregarem o maior símbolo do esporte mundial / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Após realizar o sonho de correr a maratona Twin Cities, em Minnesota (Estados Unidos), como membro do time Global Heroes, em 2014, Roberto Itimura terá a honra de realizar um sonho que nem sabia que tinha: correr com a tocha olímpica.
 
Como parte das comemorações dos Jogos Olímpicos no Brasil, 12 mil pessoas foram escolhidas a partir de indicações de amigos e familiares, baseados em suas histórias de vida e seu comprometimento com o esporte e o bem-estar de suas comunidades.
 
Itimura conta que soube da primeira indicação pela sua vizinha, que enviou a sua história aos organizadores. Agradecido e lisonjeado, teve a mesma surpresa no trabalho, quando soube que todos os seus colegas o haviam indicado também. “Recebi o convite do Comitê Olímpico Brasileiro há dois meses via carta, me dizendo que havia sido escolhido para carregar a tocha”, conta Itimura com alegria, ao mencionar que vai correr com a tocha no dia 12 de julho, em Blumenau (SC).
 
Sua história de superação começa na adolescência, quando um rojão explodiu em sua mão e, além de perder dois dedos, teve envenenamento por enxofre no sangue e quase perdeu a vida. Superada essa fase, um novo revés:  uma forte crise de meningite alguns anos depois. Foi depois do terceiro infarto, quando os médicos lhe deram um prognóstico de 5 a 10 anos de vida, que Itimura resolveu dar a volta por cima. “Eu não sou gato, mas já usei 5 das minhas 7 vidas”, brinca. “Quando o médico falou que apenas 58% do meu coração funcionava corretamente, sabia que precisava mudar. Então comecei a caminhar, depois a correr e praticar outros esportes. Hoje eu sei o que é viver de verdade”.
 
Com essa nova vida, Itimura criou um grupo de corredores em Jundiaí (SP), cidade onde vive, e ainda trabalha com as crianças da região em programas de inclusão pelo esporte. Para ele, sua participação no time Global Heroes também influenciou a sua seleção para correr com a tocha olímpica, já que faz parte das vitórias conquistadas em anos de luta e inspiração. “Eu só quero motivar as pessoas a praticarem atividades físicas e saírem do sedentarismo para terem qualidade de vida. Se eu ganhei tempo extra de vida, por que não passar essa dica adiante”?
 
Um seleto grupo de corredores - Outra ex-participante do time Global Heroes, Luciana Alves (que correu a maratona Twin Cities ano passado, em 2015) também foi selecionada para correr com a tocha olímpica. Seu percurso aconteceu em 15 de maio na cidade mineira de São João Del Rey, e Luciana contou com o apoio de toda a comunidade que ajudou a criar, os PACEMAKERusers, ou “usuários de marca-passo”, em tradução livre. Trata-se de um trabalho social gratuito no qual, além de levar informação sobre assuntos relacionados ao marca-passo cardíaco e outros tipos de dispositivos médicos, também reúne pessoas em grupos como o Clube do Marcapasso (grupo de apoio online no Facebook) e o Pacemakers Runners (grupo em que portadores de dispositivos cardíacos compartilham suas atividades físicas).
 
Para ela, a experiência foi inspiradora. “Certamente todas essas experiências mudam nossa trajetória. Cada evento do qual participo, escolhida pela minha história de vida, como ter sido selecionada para uma corrida nos EUA (a Medtronic Global Heroes) me lembra que eu estou viva e superei momentos muito difíceis e graves problemas de saúde. Esse evento foi mais uma grata oportunidade de levar esta informação às pessoas que conheceram minha história, e a ‘minha’ história é também a história de tantos portadores de dispositivos médicos que me acompanham no meu trabalho, sonhando junto comigo e batendo seu coração junto com meu”, conta.
 
Aos 28 anos, Luciana descobriu que tinha arritmia resistente a tratamentos medicamentosos e outras terapias. A corredora lidou com essa condição por praticamente 10 anos, até o ponto em que dar poucos passos se tornou um desafio. Isso e mais duas paradas cardíacas marcaram a sua vida. Em junho de 2012, aos 38 anos, a solução veio com o implante de um marca-passo cardíaco. “Naquela época, tudo o que eu mais queria, e que eu perguntava, era: vou poder voltar a fazer o que fazia antes, vou poder voltar a praticar atividades físicas?”, lembra.
 
E aos atletas do comitê olímpico brasileiro, manda um recado: “lembrem-se que milhares de pessoas estarão com seus corações batendo junto com os seus. E mais importante que carregar uma medalha de ouro no peito, é ter a certeza que o seu coração é de ouro”.
 
 

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