Investigador da Rússia: “é ingênuo achar que Brasil não terá doping”

“Dick” Pound / Foto: Getty Images

Rio de Janeiro – O homem por trás da comissão criada pela Wada (Agência Mundial Antidoping) para investigar o grandioso esquema de doping envolvendo o atletismo russo se chama Richard “Dick” Pound, tem 73 anos e uma visão bastante realista sobre o uso de substâncias proibidas pelos atletas.
 
Presidente da comissão, Pound é também um influente cartola dentro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, comentou o impacto que a expulsão provisória da Rússia de todas as competições internacionais deve causar no mundo do esporte.
 
“ Sempre haverá países e pessoas que não seguirão as regras. É decepcionante ter um caso como esse em um país da elite esportiva, como a Rússia. Mas é preciso entender a natureza humana. Houve continuidade da atitude adotada na Guerra Fria, com a União Soviética. Essa foi a primeira vez que alguém veio a público com provas reais de que o sistema era corrupto”, declarou.
 
Richard deixou em aberto a participação da Rússia nos Jogos Olímpicos de 2016. “Depende somente da Rússia. Se eles decidirem participar dos Jogos do Rio, então há muito a ser feito, e acredito que conseguirão. Mas se eles continuarem com o discurso de negar, negar e negar, perderão tempo e não tenho tanta certeza se conseguirão”, afirmou o canadense.
 
Sobre a declaração de Yelena Isinbayeva, maior atleta do salto com vara da história, de que os atletas limpos não deveriam sofrer por todos, Richard foi direto. “Não havia alternativa a não ser suspender todo o país. Estava muito claro que todo o sistema era corrompido. E se alguém vem de um sistema corrupto e diz que não tem a ver com isso e que não deveria ser punido, não adianta”, ponderou.
 
Por fim, o dirigente garantiu ser praticamente impossível o Brasil não registrar casos de doping com uma delegação tão grande.
 
“É possível ter esperança de que isso aconteça. Mas eu acho que é um pouco ingênuo pensar que, em uma delegação de 400 a 500 atletas, todos eles estejam limpos. Será possível? Provavelmente, não. Mas, se é este o objetivo, que tenham esperança”, finalizou.
 
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