Kosovo conquista 1ª medalha da história e judoca chora com hino

Kelmendi chora ao ouvir, pela primeira vez numa Olimpíada, o hino nacional do seu país / Foto: Pascal Le Segretain / Getty Images

Rio de Janeiro - Kosovo ainda nem é reconhecido como nação por boa parte dos países membros da ONU (Organização das Nações Unidas) mas emocionou o público presente na Arena Carioca 2, neste domingo.

E tudo por causa da façanha da judoca Majlinda Kelmendi, que venceu a italiana Odette Giufrida na final da categoria até 52kg e garantiu a primeira medalha olímpica da história do país.

Reconhecido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) como independente, o Kosovo veio ao Rio com uma delegação pequena, mas depositava todas as suas fichas em Kelmendi, uma verdadeira resistente de seu território.

O Kosovo era parte da antiga Iuguslávia mas, com a Guerra dos Balcãs, viu países vizinhos declararem independência e acabou reprimido pela Sérvia, impedido de fazer o mesmo. Parte da população acabou se refugiando na vizinha Albânia. Kelmendi, não.

Ela montou uma academia de judô com seu técnico, o ex-judoca Driton Kuka, e ajudou a formar campeões, além dela mesmo ter se consolidado na modalidade (líder do ranking mundial, Kelmendi tem 20 títulos do circuito mundial). 

O reconhecimento do seu país, no entanto, foi difícil. O Mundial de judô de 2014, por exemplo, foi disputado na Rússia, país que não reconhece a independência do Kosovo. Por isso, na competição, a atleta foi obrigada a retirar o KOS do seu quimono. Mesmo sem o país nas costas, venceu e foi campeã mundial. 

Em dezembro do mesmo ano o COI anunciou que ela poderia finalmente disputar uma Olimpíada por seu país, depois de se inscrever pela Albânia em Londres 2012. Mesmo tendo recebido diversos convites de naturalização (alguns, até, milionários), Kelmendi se manteve firme e fiel ao seu país e conquistou, neste domingo, sua tão sonhada medalha para o povo kosovar.

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