Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem aguarda reacreditação

Funcionando desde agosto de 2014, instalação será capaz de realizar todo o controle antidoping durante o Rio 2016 / Foto: Diogo Vasconcellos / UFRJ

Rio de Janeiro - Depois de receber em março a certificação para análise de sangue para passaporte biológico de atletas da Agência Mundial Antidopagem (WADA, sigla em inglês), o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) vive a expectativa de ser reacreditado pela entidade. A decisão será divulgada na próxima quarta-feira (13.05), em Montreal, no Canadá, durante reunião do Conselho de Fundadores da WADA, com a presença do ministro do Esporte George Hilton, que também visitará as instalações do LBCD nesta sexta-feira (08.05), às 10h.

Caso a reacreditação seja confirmada na próxima semana, o laboratório já poderá fazer o controle de dopagem dos 44 eventos-teste que serão realizados no Rio de Janeiro a partir de julho. A primeira competição será a Fase Final da Liga Mundial de Vôlei, entre 14 e 19 de julho.
 
O LBCD existe desde 1989, integra o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) e faz parte do Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O novo prédio funciona desde agosto de 2014 e recebeu um investimento de R$ 134 milhões para sua construção, sendo R$ 106 milhões do Ministério do Esporte e R$ 28 milhões do Ministério da Educação.
 
Além do espaço físico, o Ministério do Esporte destinou outros R$ 54 milhões para a compra de equipamentos, materiais e operação. A maior parte já foi entregue, mas alguns equipamentos, que precisam ser os mais modernos do mercado à época dos Jogos, chegarão em 2016.
 
Atualmente, o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem conta com cerca de 60 profissionais e com a consultoria de técnicos e especialistas com experiência em operações antidopagem em outras edições dos Jogos Olímpicos. Durante o Rio 2016, o LBCD poderá funcionar 24 horas por dia e sete dias por semana. Não há uma projeção exata de quantos exames poderão ser realizados no período, mas em Londres 2012, por exemplo, foram 5,5 mil testes nos Jogos Olímpicos e 1,5 mil nos Jogos Paraolímpicos.
 
Reacreditação
 
Para ser reacreditado pela WADA, o LBCD passa por um processo de avaliação desde agosto do ano passado. De lá para cá, o local seguiu um calendário determinado pela agência, que contou com um teste pré-probatório, um período probatório, com quatro lotes de amostras enviadas pela WADA e três visitas de auditoria, além de consultoria de especialistas estrangeiros.
 
Hoje existem 32 laboratórios credenciados no mundo. Se o LBCD se tornar o 33º na semana que vem, estará apto a fazer análise de qualquer amostra de sangue e urina e assumir o controle de todas as análises de controle de dopagem do esporte brasileiro, atendendo assim às demandas da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
 
Legado para o país
 
Além do legado material, profissionais e acadêmicos também poderão se beneficiar da experiência olímpica no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD). Os técnicos do laboratório poderão conviver com cerca de 100 dos melhores profissionais da área e adquirir conhecimento para impulsionar o Polo de Química como um todo, já que vários setores dependem de análises químicas como as que serão desenvolvidas durante os Jogos.
 
Outro ponto importante é que o LBCD será capaz de assumir toda a realização de análises para o evento em sua estrutura. Ou seja, não haverá a necessidade de instalações temporárias, como ocorreu em outras edições dos Jogos. Após o evento, o esporte brasileiro ainda terá um ganho fundamental no desenvolvimento do programa antidopagem nacional, já que as amostras levarão menos tempo para chegar ao laboratório e serem analisadas.
 
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