Metrô da Linha-4 não terá segurança confiável, diz Tribunal

Trabalhadores operam dia e noite nas obras da Linha 4 / Foto: Reprodução / High-resolution-wallpapers

Rio de Janeiro - A menos de dois meses do início dos Jogos Olímpicos do Rio, as obras da Linha-4 do metrô, que ligará a zona sul da cidade à Barra da Tijuca, na zona Oeste, seguem a todo vapor. A previsão inicial de entregar a obra para testes um ano antes do início das Olimpíadas diminuiu drasticamente para apenas dois meses de testes. A questão preocupa o Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Segundo o TCE, em relatório apresentado nesta quinta-feira, o atraso nas obras reduziu o período de testes e isso prejudica a segurança do transporte dos passageiros. 

Jonas Lopes de Carvalho, presidente do TCE-RJ, diz que a situação é preocupante. "A nossa sugestão é que o Estado se organize para que não ocorra nenhum acidente durante os Jogos, mas a operação deveria começar com uma capacidade menor do que o Estado está prevendo", afirmou.

A previsão atual, porém, é ainda mais apertada: que o novo trecho só comece a operar em 1º de agosto, menos de uma semana antes do início dos Jogos, no dia 5 do mesmo mês. A intenção é que nesse início a Linha-4 não esteja aberta para o público em geral, e que apenas a família olímpica (torcedores, atletas, comissão técnica e comitê organizador) desfrute do metrô.

Mesmo assim, para Jonas, o governo do Estado deveria avaliar melhor se há possibilidade de o metrô funcionar para as Olimpíadas.

"O plano de contingência tem falhas... Se um trem der problema, as pessoas vão ter que descer e andar pela linha do metrô. Isso ficaria muito feio para o país e para a imagem lá fora", conclui Carvalho.
 
O estudo do TCE, além de levantar suspeitas sobre a "suficiência do tempo reservado para todos os ajustes e testes necessários para a realização de uma operação segura e confiável", também questiona os gastos totais de cerca de R$ 10 bilhões na Linha-4. O presidente do TCE-RJ, porém, afirma que ainda não se pode falar em irregularidades.
 
O governo do Estado do Rio ainda depende de um empréstimo de quase 1 bilhão de reais para concluir as obras do metrô a tempo dos Jogos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está dificultando a liberação em virtude da inadimplência do governo em outros financiamentos, devido à crise econômica grave pela qual passa.
Veja Também: 

 

 

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Curta - EA no Facebook