Na CPI do futebol, jornalista dispara: 'loucos de aceitarem Jogos'

Romário (no centro) e Andrew (à direita) falam à CPI do Futebol no Senado / Foto: Reprodução / Twitter

Rio de Janeiro - Inimigo declarado da Federação Internacional de Futebol (FIFA), o jornalista escocês Andrew Jennings passou por Brasília para colaborar com seu depoimento na CPI do Futebol, presidida pelo senador Romário (PSB-RJ). A Comissão investiga a corrupção no esporte mais famoso do país. 
 
Jennings já ganhou as manchetes dos jornais do mundo todo por ter escrito dois livros sobre os escândalos de corrupção envolvendo a FIFA. Agora, prepara um documentário com as prisões dos dirigentes da entidade em Zurique, na Suiça, em maio deste ano. 
 
Ele não se furta a criticar o sistema financeiro que rege o futebol e, quando questionado se o Brasil deveria ter aceitado a Copa do Mundo de 2014 ou mesmo as Olimpíadas de 2016, o jornalista é taxativo.
 
"Sabe que chega a ser quase uma boa coisa que a economia de vocês, infelizmente, esteja em uma recessão? Isso de acordo com as reportagens que eu li. Pelo menos, vocês podem dizer (ao COI): 'Não! Nós não temos dinheiro'. Eu digo, como um amigo do Brasil, que vocês são loucos de aceitarem uma Copa do Mundo e mais loucos ainda de aceitarem as Olimpíadas. Depois dos Jogos Olímpicos, vocês deveriam pegar os balancetes e decidir quem os iludiu mais. Mas o COI, eu acho que é a organização mais desprezível que existe", declarou. 
 
Jennings foi um importante colaborador do FBI na investigação que levou às prisões dos dirigentes da FIFA e de confederações de futebol no mundo todo. Ele vem, há 15 anos, pesquisando a respeito da corrupção dentro do esporte. 
 
"Eu dei meu testemunho nesse ano em Washington (EUA), ao Senado de lá, provavelmente irei testemunhar no Parlamento Britânico no fim de 2015, e no próximo ano será no Senado da Austrália. Com as viagens, eu também conheço outros jornalistas que também sabem de coisas, e eu quero saber o que eles sabem, e eles querem saber o que eu sei", relata o escocês.
 
A operação do FBI levou à prisão oito dirigentes que estava em Zurique para o Congresso da FIFA, em maio. José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), estava entre os detidos.
 
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