NY Times critica poluição no Rio e pede vela em outro país

Poluição na Baía ainda gera crítica da imprensa internacional / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – A imprensa internacional voltou a criticar vorazmente a poluição na Baía de Guanabara, que receberá as provas de vela dos Jogos Olímpicos do Rio. Dessa vez, o jornal americano New York Times publicou um artigo nesta sexta em que a ex-nadadora Lynne Cox aponta o alto índice de poluição no local.
 
“Nadadores de maratonas, velejadores e triatletas precisarão competir nas altamente poluídas águas da Baia de Guanabara e da praia de Copacabana. Qualquer atleta que entrar em contato com essas águas tem alta probabilidade de ficar doente. Membros da delegação norte-americana juvenil tiveram casos de diarreia, vômitos e outros sintomas virais após treinarem nas proximidades do local. Isso que eles só tiveram um “contato incidental” com a água. Nadadores de maratonas e triatletas irão ingerir essa água – e as consequências podem ser fatais”, afirmou a ex-atleta.
 
Lynne nadava longas distâncias e afirmou já ter passado por uma situação semelhante quando competia. Ela disse ter tido problemas intestinais após competir numa prova no Rio Nilo, com dejetos d esgoto ao seu lado, ratos apodrecidos e cachorros mortos. A atleta passou mal e chegou a ser hospitalizada, com alta desidratação – ela não ingeriu água durante a prova, e isso poderia ter resultado em sua morte.
 
 “Eu fico preocupada que os treinadores e atletas olímpicos que estão indo ao Brasil não estejam bem informados sobre esses riscos. O esgoto da área metropolitana do Rio, onde moram 12 milhões de pessoas, seria o suficiente para encher 480 piscinas de tamanho olímpico, e isso flui para a Baia de Guanabara todos os dias. E essa água também acaba indo para a praia de Copacabana, onde será realizada a prova de maratona aquática”, emendou.
 
O artigo ressalta ainda um teste feito pela agência de notícias Associated Press que revelou condições alarmantes na qualidade da água. “Os níveis de vírus identificados são 1.7 milhão mais elevados em comparação aos que seriam considerados perigosos em uma praia na California. A quantidade de coliformes fecais que estão nas águas brasileiras são extremamente altos”, afirmou o responsável pelo teste a Lynne.
 
Lynne não deixa de rememorar ainda os problemas políticos que o Brasil enfrenta, com a iminência do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ela diz que esses problemas atrapalham o plano do governo de entregar os “Jogos verdes por um planeta azul” e sugere que os esportes aquáticos sejam disputados em outro país.
 
“Os eventos aquáticos precisam ser transferidos para águas limpas – e isso não pode ser encontrado no Brasil, então eles precisarão transferir para outro país. Enquanto não há nenhum precedente moderno para que uma Olimpíada disputada em dois países, e o Comitê possa proibir isso, talvez uma mudança seja a única solução ao invés de cancelar essas provas. Isso poderia quebrar os sonhos de atletas que treinaram a maior parte de suas vidas para chegar aos Jogos Olímpicos. Eles merecem a chance de competir em um lugar cuja água não irá feri-los”, finalizou a ex-atleta.
 
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