Obra olímpica fica ao lado de cemitério de presos da ditadura

Futura instalação da canoagem slalom fica próxima de cemitério onde vítimas da ditadura foram desovadas / Foto: Reprodução / Cidade Olímpica

Rio de Janeiro - Uma das principais obras em andamento para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, tem alguns vizinhos bastante incomuns. Trata-se do circuito de canoagem slalom, cuja construção começou em agosto, um ano após o previsto. 

Ao redor do futuro Parque Radical (que contemplará além da canoagem, uma pista de BMX e outra de mountain bike) fica um cemitério em que os militares desovavam vítimas da ditadura militar. 

O Cemitério Ricardo de Albuquerque, no bairro de mesmo nome, divisa com o município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, recebeu 14 presos políticos entre os anos de 1971 e 1973. Foram alguns dos anos mais difíceis da ditadura militar. 

À época, as vítimas eram enterradas como indigentes, sem nenhum direito a lápide. Posteriomente as ossadas foram transferidas para uma vala com outros dois mil cadáveres, também de indigentes. 

O grupo Tortura Nunca Mais, um dos mais ativos na rememoração da época de chumbo do Brasil, deu início à exumação dos corpos em 1991.

Hoje, também graças ao lobby do grupo, há um memorial construído no cemitério pela Prefeitura. São 14 totens com os nomes das vítimas ali outrora enterradas. 

A obra do Parque Radical, próxima ao cemitério, está prevista para sair no quarto trimestre do ano que vem. 

 

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Curta - EA no Facebook