ONU denuncia morte de crianças como forma de "limpar" o Rio para 2016

Crianças moradoras de rua no Brasil preocupam ONU / Foto: Reprodução / G1

Rio de Janeiro - A ONU (Organizações das Nações Unidas) denunciou, por meio de informe publicado pelo Comitê para o Direito das Crianças, as forças policiais no Brasil devido ao "elevado número de execuções extra-judiciais de crianças". A entidade alertou que a impunidade é "generalizada" no país e que a tendência de execuções e prisões ganhou impulso diante dos megaeventos esportivos e da tentativa de "limpar" o Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos em 2016.
 
"Existe uma onda de limpeza ocorrendo, tendo em vista o evento e como forma de mostrar ao mundo uma cidade sem esses problemas", denunciou Renate Winter, vice-presidente do Comitê. Ele diz ainda que o governo foi relutante em responder determinadas perguntas. 
 
Segundo a ONU, o Brasil já possui atualmente uma das maiores taxas de extermínio de jovens no mundo todo. Além disso, os menores aqui passaram a ser alvo de violência sistêmica da polícia, do crime organizado e dos grupos de extermínio, aponta a entidade.
 
O informe foi concluído após uma sabatina que durou dois dias com o governo brasileiro. É a primeira vez em dez anos que a política do país para a infância pode ser examinada pela ONU. 
 
Para a perita Sara Oviedo, não é nova a constatação (de que crianças são exterminadas pela polícia brasileira). "Mas temos recebido informações concretas de que agora se trata de uma maneira de limpar a cara para receber os eventos internacionais", refere-se. 
 
A ONU se abstém de detalhar os números de homicídios e indica estar "seriamente preocupada pelo fato de que o Estado é um dos que apresenta uma das maiores taxas de homicídio de crianças no mundo, com a maioria das vítimas sendo afro-brasileiros". 
 
As crianças moradoras de rua merece ainda uma preocupação especial da ONU. "São vulneráveis a mortes extrajudiciais, tortura, desaparecimento, recrutadas por grupos criminosos, abuso de drogas e exploração sexual". 
 
O pedido da entidade é para que o governo brasileiro aja imediatamente, na forma de leis que proíbam a prisão arbitrária de crianças de rua e na construção de novos abrigos.
 
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