Presidente do COI torce por revezamento sem protestos

Rio de Janeiro – O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, minimizou a crise política que o Brasil tem passado nos últimos meses e a possibilidade de que ela afete não só os Jogos, em agosto, como o revezamento da tocha olímpica, que começou nesta terça-feira, em Brasília.

 

"Claro que há liberdade de opinião e expressão. Eu estou confiante que os brasileiros irão respeitar a dignidade da chama olímpica e que ela representa, como a tolerância e não-discriminação. A chama não representa uma opinião política de um lado ou de outro”, refutou o britânico.

 

Para Bach, há um apoio dos brasileiros aos Jogos. “Dado o grande apoio do povo brasileiro eu penso que os grupos (que clamam por melhorias) devem respeitar a chama. De outra maneira, pode ser contraprodutivo. Estes grupos devem expressar suas opiniões, mas não devem tentar trazer os Jogos para a disputa política do país" , continuou, em cerimônia no Museu do COI, em Lausanne, na Suíça.

 

A chama olímpica desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília na manhã desta terça-feira e seguiu até o Palácio do Planalto para ser recebida pela presidenta Dilma Rousseff. Depois, seguiu em comboio pelas ruas da capital federal.

 

"Estamos seguindo de perto a situação política, mas com os Jogos estamos muito mais em uma fase operacional do que política. Para nós, o que conta é o grande apoio que os Jogos têm da população. Dentro de todas as disputas políticas, há um projeto que une os brasileiros que são os Jogos Olímpicos. Por isso, não há razão para estar preocupado", emendou Bach.

 

Na próxima semana, enquanto o revezamento da tocha olímpica percorre o Brasil, o afastamento da presidenta Dilma deverá ser votado no Senado e o vice, Michel Temer, assumir o executivo nos 180 dias seguintes, em que Dilma será julgada.

 

O revezamento da chama olímpica passará por 326 cidades até a cerimônia de abertura dos Jogos, em 5 de agosto.