Revezamento da tocha olímpica: a união de tradição e modernidade

Até debaixo d'água: trecho final do revezamento da tocha Olímpica em Sydney 2000 passa pela Grande Barreira dos Corais da Austrália / Foto: Steve Nutt / ALLSPORT

Rio de Janeiro - O revezamento da tocha Olímpica Rio 2016 – que terá seu trajeto no Brasil apresentado pela primeira vez nesta sexta-feira, em Brasília – traz como conceito a combinação entre o calor ancestral da chama Olímpica e o do povo brasileiro, anfitrião dos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul. A abordagem faz jus à tradição do revezamento de ter um conceito que o sustente, servindo de conexão entre as várias celebrações que ocorrem ao longo do percurso. Relembre, abaixo, alguns revezamentos de tocha que fizeram história nos Jogos Olímpicos.
 
Londres 1948: o revezamento da paz
 
Em uma Europa destruída pela II Guerra Mundial, o revezamento dos Jogos Londres 1948 trouxe uma mensagem de paz. O primeiro carregador, Corporal Dimitrelis, tirou seu uniforme militar antes de empunhar a tocha, relembrando a “trégua sagrada” dos primórdios do revezamento, na Grécia Antiga. Para celebrar o retorno dos Jogos Olímpicos após 12 anos, o revezamento passou por Lausanne (sede do Comitê Olímpico Internacional), realizando uma cerimônia no cemitério onde o Barão Pierre de Coubertin, idealizador dos Jogos da Era Moderna, está enterrado.
 
Roma 1960: o revezamento ancestral
 
O revezamento lançou luz sobre as civilizações clássicas de Atenas e Roma. Locais pouco conhecidos da Grécia e da Itália mereceram destaque no percurso, conquistando a atenção do público. Foi a primeira vez que o revezamento da tocha foi televisionado, com grande cobertura da mídia.
 
Cidade do México 1968: o revezamento do Novo Mundo
 
O revezamento refez os passos do descobridor Cristóvão Colombo pelo chamado “Novo Mundo”, sublinhando a relação entre as civilizações do Mediterrâneo e América Latina e os povos ancestrais e pré-hispânicos. Um descendente direto de Colombo foi o último carregador da tocha em solo espanhol. A chama Olímpica passou pela Pirâmide de Lua, na cidade mexicana de Teotihuacan, onde foi celebrada uma cerimônia de renovação do ano conforme a tradição asteca.
 
Seul 1988: o revezamento da harmonia e do progresso
 
O revezamento reverenciou as tradições da Coreia do Sul, destacando, através de um percurso em ziguezague de leste a oeste, a harmonia existente entre os polos do país. Alguns dos carregadores não vestiram o uniforme oficial do Comitê Organizador e sim roupas tradicionais da região.
 
Sydney 2000: o revezamento profundo
 
O revezamento teve uma dupla missão: situar a Austrália dentro da Oceania e promover os símbolos culturais das diferentes regiões do país. O revezamento passou por 12 países antes de chegar à Austrália, de onde iniciou seu percurso a partir de um local sagrado para a população indígena, com a tocha sendo carregada por uma atleta aborígene campeã Olímpica do hóquei sobre grama. Estima-se que um milhão de espectadores tenham recepcionado a tocha em sua chegada a Sydney. Numa cerimônia inspirada nos mesmos elementos utilizados no design da tocha (fogo, água e terra), a velocista Cathy Freeman – que viria a conquistar o ouro nos 400m naqueles Jogos – “caminhou sobre as águas” antes de acender a pira Olímpica.  
 
Londres 2012: momento de brilhar
 
O revezamento empreendeu um verdadeiro show de luzes para iluminar o que de melhor a Grã-Bretanha tem a oferecer, em termos culturais, geográficos e humanos. De fato, os condutores da tocha foram escolhidos com base em sua contribuição para a sociedade, em um processo de seleção que ajudou a reforçar a filosofia dos Jogos Londres 2012 como elemento inspirador de toda uma geração.
 
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