Secretário assume: Rio não despoluirá Baía de Guanabara a tempo

Martine Grael encontrou, na Baía, uma TV boiando / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Um dos principais locais de competição nos Jogos de 2016, a Baía de Guanabara não deverá ter a meta de despoluição prevista, de 80%, cumprida a tempo. 

Pela primeira vez em público, o novo secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa confessou, em entrevista ao SporTV, que o objetino inicialmente traçado não deverá ser atingido e atletas da vela poderão ser prejudicados por conta da poluição da Baía. 

"Aquela questão de meta, 80% de carga orgânica, aquilo não vai acontecer. Precisamos agir com transparência, estamos revendo todo caderno olímpico, a questão central é dar transparência e só estabelecer meta se você tem recurso para cumprir. Não dá mais para ter carta de intenção", afirmou. 

Hoje, segundo dados oficiais, 50% do esgoto despejado na Baía recebe tratamento sanitário. Além de metade não receber tratamento, há uma infinidade de lixo já presente nas águas, como conta Lars Grael, medalhista olímpico. 

"Você tem uma grande parte de plásticos, vários tipo de embalagens de produtos, lixo industrial, temos até preservativo flutuando e outros objetos que vamos encontrando, até como foi a Martine Grael, que achou uma televisão boiando. É com esse cenário que o velejador estrangeiro e o brasileiro estão se acostumando, a velejar com o mar, com o vento e com o lixo", lamenta Lars. 

O secretário afirma que o Estado não tem como arcar com as despesas necessárias para atingir a meta e que agora busca parcerias. 

Lars vê como positivo o fato do secretário pelo menos admitir que não será possível despoluir aquilo que estava previsto. "Acho que nosso papel agora é reduzir a possibilidade de vexame", conclui.

 

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