Serginho preferia jogar Olimpíadas fora: “gosto de torcida xingando”

Serginho / Foto: Divulgação / CBV

Rio de Janeiro – Já com 40 anos, o líbero da seleção brasileira de vôlei Serginho carrega na bagagem a experiência necessária para encarar a pressão de jogar em casa. Mas, o jogador não crê exatamente que essa seja a oportunidade de ouro da seleção para a conquista do título olímpico. Para o jogador, a Rio 2016 poderia ser fora.
 
“Hoje o Brasil não é favorito. Às vezes dá aquele leve favoritismo porque vai jogar em casa, mas eu preferia jogar fora. Sou o cara que gosto de torcida xingando. Até porque no nosso histórico a gente ganhou tudo fora. Ganhou o Pan-americano sofrido aqui dentro em 2007, mas eu preferia jogar fora, não queria jogar aqui no Brasil não”, garante Serginho, em entrevista ao UOL.
 
O medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, revela ainda que acha que a próxima geração do vôlei masculino é a pior que já viu. “Eu vejo que hoje nós temos algumas carências em algumas posições. Eu vou falar dessa geração mais nova. O [líbero] Tiago Brendle hoje é reserva absoluto. Se acontecer alguma coisa comigo ele está pronto, mas ele já tem lá seus 25 anos. A gente quer moleque de 18, 19 anos”, afirma.
 
“Eu acho que a gente está sofrendo muito com a nossa base. Não digo que o trabalho está sendo malfeito não. Alguns técnicos estão tirando leite de pedra, mas a geração que está vindo é tecnicamente abaixo de todas as outras. Está vindo uma molecada de nível técnico muito inferior. A gente não quer muita força física, a gente quer jogador habilidoso, rápido. Só força física não vai dar certo, senão a Rússia ganhava tudo. Não é assim que funciona”, emenda Serginho.
 
Serginho garante que não vê a seleção como favorita, que está igual para todo mundo. Para ele o Brasil pode até ficar fora da semifinal, a depender da chave.
 
Por fim, na entrevista, o atleta disse que deve sua evolução ao técnico Bernardinho, que completou recentemente 15 anos à frente da seleção brasileira. “Sou suspeito para falar dele. A minha evolução de atleta normal para se tornar atleta de ponta eu devo a ele. Não só a ele, mas a toda a comissão técnica da seleção, aos médicos. Ele que me deu a chance. Eu sou um cara que sou na quadra o que sou dentro de casa. A relação que eu tenho com meus amigos, com meus filhos, com a minha família eu tenho com o Bernardo e com todo mundo da seleção”, conta.
 
“Alguns que estão na seleção têm meio que um medo de chegar pela figura do Bernardo. É lógico, pelo respeito que ele impõe, mas eu tenho uma relação muito boa com ele, de tantas brigas que nós já tivemos. Eu e ele e ele comigo. De brigar feio mesmo e ser uma briga honesta e sincera. De olhar no olho e você se abraçar e dizer: ‘Estamos juntos’. É o cara que tem de estar à frente da seleção brasileira, sempre foi. E o vôlei deve muito a ele pelo que ele fez”, conclui o jogador.
 
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