Técnicos aprenderam a lidar com menstruação das atletas, diz ginecologista

Tathiana Parmigiano / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – Tratada por muito tempo como um assunto tabu, a menstruação é hoje considerada um dos pontos que devem ser acrescidos ao planejamento de uma atleta de alto nível. Com resultados crescentes, as mulheres têm vencido o preconceito de seus treinadores e feito com que eles aprendam a lidar com seu ciclo menstrual.
 
A psicólogo e professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP (Universidade de São Paulo), Kátia Rúbio, e a ginecologista do Time Brasil, Tathiana Parmigiano, analisaram a questão em debate da “TV Folha”.
 
Kátia contou que na primeira edição dos Jogos, em 1896, as mulheres nem podiam competir. "Diziam que elas não tinham estrutura psicológica para isso, que competição era coisa de homem", declarou a professora. Ela é autora do livro "Atletas Olímpicos Brasileiros", responsável por trazer à tona histórias de 1796 esportistas do Brasil que estiveram nos Jogos.
 
Quanto à menstruação, a questão demorou bem mais tempo para ser superada, devido também ao preconceito masculino. "Tinha treinador que dizia, por exemplo, que queria que nenhuma atleta menstruasse. Mas não é assim. Cada uma tem um grupo de sintomas. Algumas gostam de menstruar. Hoje há muitos que entendem essas particularidades e se abrem para entender", afirmou a ginecologista do COB (Comitê Olímpico do Brasil).
 
Tathiana faz há cerca de dez anos um acompanhamento e orientação das atletas olímpicas do Brasil. A médica afirma que foi preciso transpassar o preconceito dos homens que treinavam essas atletas para que, individualmente, elas fosse levadas em consideração, conforme as escolhas que faziam em relação ao seu ciclo menstrual.
 
 
 

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