Tocha parte de ginásio, mobiliza ciclistas e reúne multidão em MG

População também se mobilizou nas ruas da mais próspera cidade do Triângulo Mineiro / Foto: Ivo Lima / Brasil2016.gov.br / ME

Rio de Janeiro - O clima de arena dos ginásios poliesportivos que sediarão algumas das 306 competições dos Jogos Rio 2016, a partir de 5 de agosto, foi o cenário de partida da chama olímpica para as ruas de Uberlândia, neste sábado (07/05). A mais próspera cidade do Triângulo Mineiro foi a segunda a receber o símbolo em Minas Gerais, logo após Araguari, na mesma região. Em Goiás, a tocha já havia percorrido 14 municípios desde que deixou Brasília, em 3 de maio.

Apresentações de ginástica rítmica, caratê e judô prenderam a atenção do público junto com um grupo de atletas do halterofilismo paralímpico. O mais conhecido deles era o medalhista de bronze no Parapan de Toronto, no Canadá, em 2015, Luciano "Montanha" Bezerra.
 
Aos 34 anos, 1,37 m e 57 kg, o atleta é capaz de levantar até 145 kg – quase três vezes o seu peso – em uma barra de ferro, o que o fez representar o Brasil em outras duas competições internacionais. No Mundial de Anões nos Estados Unidos, em 2013, conquistou a medalha de ouro na modalidade. "Ser um dos escolhidos para representar Uberlândia no revezamento é tudo. Uma felicidade imensa", disse ele, último condutor do revezamento e responsável por acender a pira olímpica de Uberlândia.
 
Montanha, que há sete anos vive do esporte, desde que deixou a vida de caixa de supermercado, participou de uma campanha de incentivo à venda de ingressos dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. No vídeo O Treino que Muda Opiniões, ele aparece em uma academia de ginástica levantando pesos sem que ninguém soubesse se tratar de um atleta. A surpresa das pessoas ao verem a cena viralizou na internet e alcançou mais de 4,2 milhões de visualizações. Mas seu momento de brilhar, este ano, foi nas ruas empunhando a tocha. "Vou caminhar bem devagarinho para desfrutar de cada segundo, de cada centímetro dos meus passos com a tocha na mão", planejava ele, horas antes de sair para o ponto de condução.
 
Sabiazinho
 
Os uberlandenses que aguardavam o evento se depararam com uma vasta programação cultural espalhada por diversos bairros. Três importantes pontos do trajeto se converteram em arena para artistas e atletas locais. No Ginásio do Sabiazinho, na praça Tubal Vilela e nos arredores do Teatro Municipal de Uberlândia feiras, grupos de danças típicas, capoeira, orquestra de violeiros e atletas de diversas modalidades demonstraram suas habilidades. "Levamos para as ruas o congado, a capoeira, a viola, as fanfarras. Foi um incentivo do comitê organizador para reforçar a identidade local durante a passagem da tocha", afirmou Maura Rúbia Haddad, coordenadora da força-tarefa na cidade mineira.
 
Para despertar o clima olímpico na comunidade, a prefeitura criou uma comissão para visitar escolas, entidades e ONGs com condutores atletas e não atletas, que levavam uma réplica da tocha. A medida sensibilizou alunos e famílias. "Também somos sede de três seleções olímpicas e paralímpicas – Irlanda, Bélgica e Sérvia –, que vão treinar na cidade. Estamos nos preparando desde 2014", disse Maura Rúbia.
 
Depois de um pôr do sol memorável, o animador do ginásio despertou a euforia coletiva ao anunciar a esperada notícia: a tocha estava a poucos metros. A primeira pessoa a conduzi-la foi Karolina Cordeiro. Mãe de Pedro, de 8 anos – portador de uma síndrome raríssima, chamada AIicardi-Goutieres, que o impossibilita andar e falar –, ela empurrou o filho em um carrinho especial e foi ovacionada ao se posicionar no centro da quadra de esportes. Em coro, crianças e adultos gritavam os seus nomes, tendo como trilha sonora o Hino Nacional Brasileiro, executado no saxofone. Assim que recebeu a chama, ela seguiu para a área externa do ginásio, em direção ao Parque do Sabiá.
 
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