Trabalho de preparação mental é trunfo do Time Brasil para o Rio 2016

Equipe de 30 psicólogos prepara atletas do COB, enquanto coach lida diretamente com treinadores / Foto: Daniel Varsano/COB

Rio de Janeiro - Um trabalho integrado de preparação mental tem sido liderado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para que atletas e treinadores cheguem aos Jogos Olímpicos Rio 2016 não apenas com o corpo são, mas também a mente sã.
 
Atualmente, uma equipe de 30 psicólogos e um coach atende as diferentes modalidades para garantir que, na hora da competição, cada atleta esteja preparado para realizar o que pode, sem que questões externas atrapalhem sua atuação.
 
"Somos três coordenadores para essa equipe de preparação mental. Porque embora sejam todos psicólogos, o conceito é esse, de preparar a mente com o objetivo de melhorar o desempenho. Trabalhamos com técnicas de relaxamento, de respiração, de higiene do sono ou de fazer o atleta entender por que ele se comporta do jeito que se comporta em competições, por exemplo. Isso com todos. Mas cada modalidade tem suas particularidades, e cada atleta também tem as suas", explica Aline Arias Wolff, uma das psicólogas coordenadoras.
 
Aline comenta que as questões são diversas, mas uma das mais comuns é a ansiedade. Por conta dela, muitas vezes o atleta treina muito bem, mas não repete o desempenho na competição. Ele é, então, ensinado a lidar com essa ansiedade. "Não é a intervenção que faz com que ele seja capaz de ter sucesso, são o treino e o talento dele. Mas a intervenção faz com que esse treino e esse talento deem resultado na hora certa, sem que fatores externos influenciem", diz ela, que cuida pessoalmente dos atletas de ginástica artística feminina, tiro com arco e luta olímpica.
 
Na outra ponta, lidando diretamente com os treinadores, está o coach Antônio Carlos Moreno. Ex-jogador de vôlei, Moreno esteve nos Jogos Olímpicos México 1968, Munique 1972, Montreal 1976 e Moscou 1980 como atleta. Em Los Angeles 1984 e em Seul 1988, trabalhou como comentarista. Agora, 28 anos depois, retorna como coach, e explica sua nova função: "Não é ser treinador. Também não é terapia, psicologia, aconselhamento ou consultoria. É oferecer um trajeto para um processo de desenvolvimento de pessoas por meio de mudanças promovidas pela própria pessoa. Ninguém conhece você como você mesmo. Então em encontros semanais, eu faço perguntas. E essas perguntas fazem com que a pessoa reflita na resposta e descubra coisas sobre ela mesma".
 
Há 12 anos nessa função, cinco deles no COB, Moreno trabalha em duas frentes: com atletas que estão encerrando a carreira e precisam fazer a transição para outra profissão e com técnicos. Nos Jogos Rio 2016, ele tem dois representantes da primeira categoria: Adrianinha e Guilherme Giovannoni, ambos do basquete. Na segunda, ele lida com 15 treinadores de modalidades como ginástica artística, judô, BMX, pentatlo moderno, vôlei de praia, tiro com arco e natação. "Todos têm um conhecimento de esporte absurdo. A gente trabalha um outro lado, de desenvolvimento pessoal, de relacionamento, de melhoria de comunicação. Porque é preciso que ele saiba comunicar ao atleta aquilo que ele sabe e quer. Muitas vezes, não adianta ficar gritando 'vamos lá! Vamos lá!'. Eu pergunto a eles: 'lá aonde? Onde você quer que ele vá?'", comenta.
 
Para Aline, o trabalho de preparação mental complementa o de preparação física, e o de psicologia com os atletas é complementado pelo de coaching de treinadores. "É um casamento muito legal entre a psicologia e o Moreno. Porque a gente quer melhorar o desempenho do atleta, e o treinador é uma ferramenta para isso. O Moreno melhora essa ferramenta", elogia.
 

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