Campeã olímpica tentou se suicidar e foi impedida pelo técnico

Leisel Jones / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – O relato é chocante: “Vou começar pelas pernas, com as grandes veias da coxa. Depois, corto meus pulsos pálidos”. Dona de nove medalhas olímpicas e maior nadadora da história da Austrália, Leisei Jones, a quem é atribuída a frase, tentou o suicídio em 2011, quando sofria de depressão.
 
Aos 30 anos, a ex atleta hoje relembra esse e outros momentos dramáticos em sua autobiografia lançada mês passado (“Body Lenghts”, ou “comprimento do corpo”, na tradução livre; sem data de lançamento no Brasil).
 
Com três títulos olímpicos, Jones passou por momentos de extrema pressão para conseguir ou manter seus resultados vitoriosos. Ela relata que, com freqüência, era cobrada para ser perfeita, desde sua primeira Olimpíada, aos 15 anos, em Sydney 2000, na sua casa.
 
“O que há de errado comigo? Eu consegui, ganhei o ouro olímpico, alcancei meu sonho, deveria estar na lua. Mas eu não me sinto como eu esperava. […] Eu esperava que meus amigos fossem gostar mais de mim, meu noivo fosse me amar mais. E, quer saber o pior: eu pensava que eu mesma fosse gostar mais de mim”, escreve a ex-nadadora.
 
Jones disputou sua última edição de Jogos Olímpicos em Londres 2012, quando faturou sua nona e última medalha. Mas, para isso, foi preciso abrir mão de uma série de coisas, muitas das quais significaram um passo a mais rumo à depressão.
 
 “O ano passado foi meu ‘Ano Sem Chocolate’, em que eu passei 12 meses sem comer um simples tablete de chocolate. Foi ideia minha, quase me matou, mas tenho certeza que serviu para manter uns quilinhos a menos. Eu também não bebo, não como queijo. Evito sorvete, batata frita, hambúrguer e sobremesas. Eu preciso da força de vontade de um santo quando estou longe do treinador, em casa ou com amigos. Mas eu sou forte e determinada”, relembra.
 
Tudo levou para que, em 2011, hospedada em um hotel na Espanha com a delegação australiana para treinamentos, Jones pensasse em se suicidar. Planejou roubar uma faca da cozinha do hotel e já se imaginava voltando para a Austrália dentro de uma mala, até que seu técnico bateu à porta do quarto.
 
 “Eu abro a porta e caio. O carpete do quarto parece-me quente e vivo, diferente do azulejo do banheiro onde estava. Eu não consigo conversar, eu só sento no chão aos berros. Meu treinador espera ao meu lado todo o tempo que é necessário. Ao final, tudo o que ele diz é: ‘Leisel, precisamos tomar um pouco de ar’”, conta a ex-atleta.
 
Não bastasse tudo isso, em Londres 2012 parte da imprensa chamava Jones de gordinha. A australiana ajudou sua equipe a conquistar a medalha de prata no revezamento 4x 100 medley e anunciou em seguida sua aposentadoria das piscinas, dedicando-se agora à psicologia.
 
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