Casais do esporte brasileiro falam sobre igualdade no Dia da Mulher

Tema foi proposto pela Organização das Nações Unidas para o ano de 2015 / Foto: Divulgação / COB

Rio de Janeiro - Para o ano de 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) propõe a discussão do tema: Empoderamento das Mulheres e Igualdade de Gênero. A ideia é refletir sobre as normas sociais que perpetuam os estereótipos e dissipar a falácia de que mulheres e meninas não podem ser iguais na vida econômica, social ou política. Com o foco voltado para o esporte, o Comitê Olímpico do Brasil ouviu atletas cujos parceiros de relacionamento também sejam esportistas.
 
Campeão olímpico no vôlei de praia, casado com Leila Barros (ex-seleção brasileira de vôlei), o presidente da Comissão de Atletas do COB, Emanuel Rego, acredita que nos últimos 10 anos houve evolução no que se refere à igualdade entre homens e mulheres no esporte. "Sem dúvidas, houve um crescimento, principalmente no Brasil. Hoje, na Comissão, vejo de perto a atuação de mulheres como a Fabizinha (Fabiana Alvim) e a Fabiana Murer. A confiança dessas atletas aumentou muito. Eu mesmo tenho em casa um perfeito exemplo de mulheres dessa geração que batalhou e conquistou seu espaço no esporte, e, hoje, assumem posições importantes em outras áreas, como a política. Sou o primeiro a incentivar e fico feliz ao ver essas conquistas."
 
Com a autoridade de uma das principais nadadoras brasileiras, Fabiola Molina também acredita em um equilíbrio dentro do esporte. Vice-campeã dos 100m costas nos Jogos Pan-americanos Rio 2007, Fabiola é casada com o nadador Diogo Yabe. "A mulher já conquistou seu espaço em alguns esportes, e em outros ainda esta conquistando. Mas acredito que, sim, há um equilíbrio na disputa com os homens. Temos muitas mulheres exemplo, todas campeãs, e temos muito orgulho delas", afirmou a nadadora.
 
Para o técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardinho, tudo faz parte de um processo cultural, no qual a mulher vem conquistando seu espaço ao longo das últimas décadas. "No passado, por exemplo, a mulher era proibida até de praticar alguns esportes. Hoje, elas competem em pé de igualdade e há os naipes masculino e feminino em todos os esportes.  Entre os treinadores, que é onde me insiro atualmente, as mulheres têm cada vez mais espaço, no mais alto nível, como é o caso de nomes como Rosicleia Campos e Georgette Vidor. Essa é uma mudança que veio gradativa, mas é irreversível. Prova a tenacidade e a capacidade das mulheres em resistir e mostrar do que são capazes".
 
Já Fernanda Venturini, esposa de Bernardinho, acredita que as mulheres ainda precisam conquistar outros espaços: "Vivemos em uma sociedade machista, portanto é natural que a mulher tenha que batalhar para conquistar a igualdade no esporte. Hoje, essa igualdade existe e foi conquistada em diversos aspectos, mas ainda é preciso melhorar algumas coisas, entre elas as premiações. Se compararmos as premiações dos torneios de tênis, por exemplo, a discrepância de valores é enorme entre homens e mulheres."
 
Medalhista olímpico em Sydney 2000, o judoca Carlos Honorato, concorda com a opinião de Fernanda no que se refere às premiações, mas vai além, ressaltando as conquistas recentes para o país: "O que ainda precisa melhorar são condições financeiras delas, pois são as verdadeiras guerreiras. Eu acredito que as mulheres, no esporte, principalmente no Brasil, estão até superiores aos homens, já que elas têm alcançado resultados melhores nas competições", afirmou Honorato, casado com a vice-campeã mundial de judô, Maria Suelen Altheman.
 
Também do judô, o jovem casal Barbara Timo e Marcelo Garcia, ambos da seleção brasileira, vêem a presença da mulher no esporte em uma ascenção, superando os homens: "No Brasil, a seleção feminina coleciona títulos importantes. Temos a atual campeã olímpica, Sarah Menezes, e a Mundial, Mayra Aguiar. Isso serve como exemplo de sucesso, comprometimento e garra. Outro fator importante mostra a descentralização do judô feminino. No Mundial de 2013, no Rio de Janeiro, as sete categorias tiveram campeãs de diferentes nacionalidades. Esse cenário mostra que independentemente das dificuldades impostas, não há limites para a mulher mostrar sua força. Tenho muito orgulho de ser atleta e principalmente, mulher", afirmou Barbara, com aval do namorado Marcelo: "A mulher tem um papel de destaque no esporte mundial. Ela já conquistou muita coisa, e, para mim, já há um equilíbrio em relação aos homens. Na realidade, em algumas modalidades as mulheres brasileiras já estão trazendo mais resultados que o masculino. Acredito que em 2016 elas vão brilhar muito mais", finalizou o judoca.
 
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