COI adota tecnologia estrelada por Brad Pitt no cinema para Rio 2016

Brad Pitt estrelou “Jogada de Risco” / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro – No filme “Jogada de Risco”, estrelado por Brad Pitt, seu personagem Billy Beane comanda uma equipe de beisebol e, para levar seu time ao auge na temporada de 2002 da liga mesmo com dificuldades financeiras, adota uma arma tecnológica bastante ousada, de análise estatística dos seus jogadores. Dessa forma, apenas os melhores estatisticamente seriam escalados.
 
Parece algo um pouco distante da realidade? Pois não é. Além do filme ter sido baseado em uma história real, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) buscou algo parecido para atingir a meta de estar no top-10 do quadro geral de medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
 
O escritório de projetos do COB utiliza uma metodologia sistemática chamada de AHP (Processo de Análise Hierárquica, na tradução da sigla), que busca tomar todas as decisões internas com base em um objetivo final. Dessa forma, trouxe para dentro das análises estatísticas um programa de informática com dados de 250 mil atletas, do Brasil e dos rivais, de instalações e projetos esportivos.
 
 “O programa elimina o fator emocional da tomada de decisões, o que importa é o ROI [sigla para Retorno do Investimento]'', explica Helbert Costa, gerente geral de gestão, estratégia e marketing do COB.
 
Tudo é feito a partir de equações numéricas para se chegar a conclusões técnicas. “Por meio de equações matemáticas definimos o peso das ações e se valem a pena ser feitas. Quando um dirigente bate na porta do COB pedindo R$ 5 mil para uma ação, o programa pesa o quanto ele colabora para o objetivo final. Vale mais a pena investir no hóquei sobre a grama, ou em ações de mídia social para atingir nosso objetivo?'', questiona o dirigente.
 
Ele mesmo responde. “Por exemplo, nosso objetivo final representa 100%. Desse 100% total, 70% é desenvolvimento esportivo e 30%, imagem. Mas se o hóquei na grama representa 2% daqueles 70% e a mídia social representa 90% dos 30%, o investimento na mídia social vence, pois trará mais benefícios”, conclui.
 
Ou seja, segundo Costa, o programa funcionada como um filtro cibernético para quem vai pedir dinheiro. Em outra ponta está a “Bola de Cristal”, um subprograma que prevê quantas medalhas o Brasil conquistará em 2016, nas Olimpíadas: entre 27 e 31, o suficiente para nos colocar no top-10.
 
Em Londres 2012, Costa relembra ter comemorado a medalha de bronze conquistada por Yane Marques no último dia de competições, já que o Brasil atingiu assim o número de pódios que ele havia previsto: 17.
 
 “As informações funcionam em forma conjunta. Por exemplo, se o atleta “A'' tem 33% de chance de medalha, o atleta “B'' tem 33% e o atleta “C'' tem 33%, não sei quem vai ganhar, mas a soma da probabilidade dos três, 100%, aponta que um desses três vai medalhar”, calcula.
 
O sistema adotado pelo COB já desperta interesse de outros países. EUA, Canadá e Holanda foram algumas das delegações que já procuraram a entidade brasileira para saber mais sobre o sistema.
 
Resta saber se os números que realmente importam, dentro de campo, estarão a favor do Brasil.
 
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