Dois anos após acidente, Lais vira símbolo de luta: “meu objetivo é andar”

Lais trabalha dando palestras motivacionais / Foto: Reprodução / Facebook

Rio de Janeiro – “Meu objetivo é andar, agora a velocidade com que isso vai acontecer, não tenho como dizer”. Um misto de sonho com realidade, essa é a sensação de Lais Souza, ex-ginasta que se acidentou há dois anos enquanto treinava para os Jogos de Sochi, em 2014, e que agora vive, tetraplégica, na cadeira de rodas.
 
A atleta garante que aprender a ver “o mundo de uma forma diferente de quando andava”. A ex-esquiadora já passou da fase de se perguntar “por que comigo?” e busca agora, para além de respostas, se esforçar no seu tratamento.
 
“O que eu sonho hoje é que não estou na cadeira, que em algum momento a medicina vai evoluir, que minha saúde vai melhorar. Eu procuro ser positiva, porque já é difícil estar passando por essa situação e estar encarando isso. Então preciso encarar de forma positiva, me motivando”, garante Lais.
 
Ela diz que a motivação tem que ser diariamente. “Tem que ir no dia a dia e tentar não desistir, porque sei que é um problema que vai ser lento para ser resolvido. Tem que ir indo e lutando. Vejo pessoas que estão na cadeira e não fazem nada para sair, não saem de casa, não tentam fazer diferente. Eu quero fazer diferente, quero voltar a andar, que seja mexer os braços. É o mínimo que espero”, emenda.
 
Aos 27 anos e muito vaidosa, ela gosta de passear com os amigos e trabalha dando palestras motivacionais. Em entrevista ao Globoesporte.com e ao SporTV, ela confessa, porém, que é mais difícil ficar se olhando no espelho atualmente.
 
“Nesse dia, fiquei parada na frente do espelho e olhei o meu corpo, o meu resto e foi essa frase que quis escrever, que era um momento que estava aceitando o que eu tinha, o que eu sou hoje. O problema é aceitar a forma que foi. Eu não tive nada, nenhuma fratura, não quebrei um braço, não quebrei uma perna, nem uma costela, nada. Simplesmente quebrei o pescoço. Tentar entender isso e aceitar é o que é difícil”, explica.
 
A negação porém ficou para trás. “Foi o que passei no primeiro ano. Hoje já estou com uma cabeça diferente, encarando de uma maneira diferente o meu problema. Já estou de um jeito que consegui aceitar o meu problema. A ideia de pensar que eu poderia estar morta é muito pior do que eu estar na cadeira, porque poderia estar morta. Eu pelo menos estou aqui agora, estou próxima da minha família e tudo mais. Agora para a morte ninguém dá jeito”, garante Lais.
 
Lais tem cada vez mais se encaixado como símbolo de superação. Mesmo tendo evoluído pouco – mas comemorado muito o retorno da sensibilidade nos pés, costas e barriga -, a ex-ginasta tem muitas vitórias no campo pessoal, como ter comparecido ao Rock in Rio, em baladas, na praia e até surf, numa prancha adaptada.
 
Uma afirmação recorrente nas entrevistas de Lais Souza, o “sonho olímpico” ainda se mantém. “Teve um tempo que eu falei que tinha como meta entrar andando nas Olimpíadas. É um sonho ainda distante, mas quem sabe até lá acontece”, finaliza.
 
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