Educação e Cidadania marcam fim dos Jogos Escolares

Próxima edição do evento, agora para atletas de 15 a 17 anos, será realizada em Londrina e Maringá, no Paraná, entre 12 e 21 de novembro / Foto: Divulgação / COB

Rio de Janeiro - Chega ao fim a etapa de 12 a 14 anos dos Jogos Escolares da Juventude, após as finais das modalidades coletivas marcadas para a tarde deste sábado, dia 12, em Fortaleza (CE). O evento realizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) reuniu disputas em 13 modalidades - atletismo, badminton, ciclismo, ginástica rítmica, judô, luta olímpica, natação, tênis de mesa, xadrez, basquete, futsal, handebol e vôlei. Consolidado como o maior celeiro de atletas olímpicos do Brasil, os Jogos Escolares ultrapassam os limites das quadras, pistas, tatames e piscinas, levando cultura, educação e, sobretudo, cidadania a mais de 3.800 jovens de todo país.

“Temos que dar oportunidades às escolas do Brasil inteiro. Esse é o caminho que nós entendemos que seja o ideal para o descobrimento de talentos para o esporte brasileiro”, disse o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, Carlos Arthur Nuzman, que prestigiou a edição de Fortaleza dos Jogos Escolares. “Eu sou um grande defensor de Jogos entre escolas, uma ideia do COB colocada em prática em 2005”, completou Nuzman.
 
Projeto de abrangência nacional, os Jogos Escolares alcançam mais de 2 milhões de jovens atletas de instituições de ensino públicas e privadas em suas fases classificatórias – municipais e estaduais, representando aproximadamente 40 mil escolas de 4 mil cidades do país. “O nosso principal objetivo é contribuir para a transformação do país, tendo educação e esporte como ferramentas principais”, afirma Edgar Hubner, diretor geral dos Jogos.  “O grande desafio que superamos foi trazer para o evento conteúdos de educação e cultura, preservação de meio ambiente e de combate ao doping. Esse conhecimento eles levam para suas casas, escolas, cidades e estados. Na verdade os Jogos Escolares já não são apenas um evento esportivo”, completou Edgar.
 
Para isso, em Fortaleza os jovens tiveram contato com uma ampla gama de eventos paralelos às competições. Com diversas atividades, o programa sócio educativo e cultural aproximou os estudantes dos Valores Olímpicos e ao exemplo positivo da prática esportiva. O Centro de Convivência dos Jogos trouxe uma série de conteúdos da ONU Mulheres, reforçando o lema do evento, “Igualdade de Gêneros”.
 
Embaixadores – Além das atividades culturais, os alunos-atletas tiveram a oportunidade de interagir com ídolos do esporte. A campeã olímpica de vôlei Hélia Fofão (Pequim 08) e o medalhista olímpico na maratona Vanderlei Cordeiro de Lima (Atenas 04) estiveram em Fortaleza para transmitir suas experiências aos jovens. Completaram o time de embaixadoras dos Jogos Escolares Fortaleza 2015: Luiz Henrique Dias dos Santos (badminton), Josuel Santos (basquete), Franklin Roosevelt Bueres (futsal), Ana Paula Casetta (ciclismo), Luisa Harumi Matsuo (ginástica rítmica), Deborah Hannah (handebol), Luciano Correa (judô), Antoine Jaoude (lutas), Joanna Maranhão (natação) e Ligia Silva (tênis de mesa).
 
Buenos Aires 2018 – No âmbito esportivo, os Jogos Escolares da Juventude já estão consagrados como o maior celeiro de atletas do esporte olímpico brasileiro. Como exemplo, entre os 304 atletas do Time Brasil cujas modalidades integram o programa dos Jogos Pan-americanos Toronto 2015, 75 passaram pela competição estudantil. A campeã olímpica Sarah Menezes e a campeã mundial Mayra Aguiar, ambas do judô, também tiveram nos Jogos Escolares um ponto de apoio no início de suas carreiras. “À medida que você amplia a base de crianças praticando esporte nas escolas, você começa a trazer os melhores atletas do Brasil naquela faixa etária. Assim começam a surgir os talentos que acabam em algum momento chegando às delegações brasileiras e aos Jogos Olímpicos”, explicou Edgar Hubner. “Em Fortaleza, vimos surgir a geração que irá representar o Time Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018”, concluiu.
 
O Comitê Olímpico do Brasil e as Confederações Brasileiras Olímpicas montaram uma verdadeira rede de detecção de talentos através dos Jogos Escolares. As confederações enviaram olheiros para os Jogos com o objetivo de selecionar os jovens e levá-los para seus respectivos programas. A Confederação Brasileira de Handebol, por exemplo, enviou a Fortaleza o treinador da seleção brasileira masculina adulta, o espanhol Jordi Ribera, para observar e detectar os jovens.
 
Já a confederação Brasileira de Vôlei selecionou 20 meninos e 20 meninas e mais 18 treinadores para um camping de treinamento no CT de Saquarema. A Confederação Brasileira de Basquete fez ação semelhante, selecionando 12 meninos e 12 meninas e seis treinadores para treinamento com os técnicos das categorias de base da Seleção Brasileira. No judô, os números são mais impressionantes. A Confederação Brasileira da modalidade escolheu 32 meninos e 32 meninas, mais 16 treinadores para camping em Pindamonhangaba.
 
Marcas – O nível da competição na capital cearense foi bastante elevado. Nas provas de natação, 11 recordes foram estabelecidos, com destaque para o desempenho da nadadora Maria Eduarda Sumida, do Colégio Criativo (SP). Aos 14 anos e estreante nos Jogos Escolares da Juventude, a jovem conquistou sete medalhas de ouro com direito à melhor marca da competição nos 200m livre, com o tempo de 2m07s98.
 
No atletismo, seis recordes foram quebrados, dois deles por Vitor Gabriel Motin, 14 anos, do Colégio Estadual Presidente Abraham Lincoln (PR). Na capital cearense, o garoto tornou-se bicampeão nas provas do arremesso de peso e do lançamento do disco, estabelecendo os novos recordes da competição com as marcas de 16,79m e 58,19m respectivamente.
 
Em Fortaleza, os estudantes-atletas do Piauí mantiveram a hegemonia no badminton, seguidos pelos paranaenses. O destaque da competição foi Jaqueline Lopes, 14 anos, que conquistou a tríplice coroa do evento pela segunda vez. A piauiense, da Escola Municipal Nossa Senhora da Paz, venceu os três eventos disputados (simples, dupla mista e dupla feminina) e repetiu o feito de Londrina 2014.
 
Na ginástica rítmica, Paraná e Santa Catarina foram os estados com mais medalhas, com destaque para Heloísa Bornal, do Colégio Estadual Professora Margarida de Barros Lisboa (PR), vencedora em três das quatro provas disputadas. Na luta olímpica, Amazonas e Paraíba foram os estados com mais vitórias. A amazonense Tacila Lopes, da Escola Estadual Rosina Ferreira (AM), conquistou o tricampeonato da competição.
 
Estreante nos Jogos Escolares, a paranaense Amanda Kunkel, do Colégio Estadual Tomaz Edison de Andrade Vieira, foi a principal estudante-atleta do ciclismo. Aos 13 anos, a jovem venceu as três provas disputadas na competição. Com dois ouros, o também paranaense e estreante nos Jogos Leonardo Farias, 13 anos, do Colégio Estadual Souza Naves, venceu duas provas.
 
No judô, as 16 medalhas de ouro em disputa foram divididas entre oito estados, com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul na liderança. Com o primeiro lugar na categoria pesado, o “gigante” pernambucano Leonardo Santana, do Colégio de Aplicação da UFPE, conquistou o bicampeonato dos Jogos Escolares. Aos 14 anos, o jovem tem 1,93m e 145kg e desponta como uma das promessas do esporte.
 
No tênis de mesa, Santa Catarina, Paraná e Amazonas alcançaram os melhores resultados. O multi-campeão sul-americano Daniel de Deus e Silva de Godoi – com três medalhas de ouro conquistadas em Lima, no Peru, em agosto passado – foi o destaque dos Jogos Escolares na modalidade. Aos 14 anos, o jovem estudante do Colégio Luterano Santíssima Trindade (SC) conquistou o tricampeonato escolar nacional em Fortaleza. No xadrez, Minas Gerais e Mato Grosso ficaram no alto do pódio.
 
Neste sábado, dia 12, último dia do maior evento escolar esportivo do Brasil, serão conhecidas as equipes vencedoras dos torneios femininos e masculinos de basquetebol, futsal, handebol e voleibol. Os resultados ficarão disponíveis em http://www.cob.org.br/pt/jogos-escolares
 
Em novembro, as cidades de Londrina e Maringá (PR) receberão a etapa para atletas de 15 a 17 anos. Para essa faixa etária, o vôlei de praia substituirá o badminton.
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