Ex-nadador também mentiu para aparecer em livro: "momento de surto psicótico"
Rio de Janeiro – O livro “Atletas Olímpicos Brasileiros”, da pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo) Katia Rubio, que reúne perfis de 1.796 atletas brasileiros que participaram das Olimpíadas e é resultado de 15 anos de pesquisa, ganhou uma nova polêmica nesta sexta-feira.
Depois de ter sido revelado pela própria autora que uma das entrevistadas havia mentido a respeito de ter ido aos Jogos de Munique, em 1972 – soube-se depois se tratar da diretora cultural do COB, Christiane Paquelet -, um outro ex-nadador também confessou ter mentido para sair no livro.
Zequinha Santos relatou, à autora da obra, ter participado dos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. Na época com 16 anos, ele afirma ter sido reserva da equipe brasileira no revezamento 4x100m livre. Entretanto, lembram especialistas no assunto, a prova não havia sido incluída ainda no programa de Moscou 1980 (entrou apenas em Los Angeles 1984).
“Quem me alertou foi o filho de um olímpico que tem. Ele falou que o Zequinha estava no livro e que dizia ter ido a Moscou 1980. Todo mundo achou um absurdo”, revela Renato Cordani, também ex-nadador e blogueiro especializado no tema.
O ex-atleta, sete anos mais novo que Zequinha e que chegou a rivalizar com ele na piscina, alerta. “É fato que ele não foi. Não sei como ou porque ele conta detalhes. Desde ontem ele não entrou em contato comigo ou com ninguém”, completou, em entrevista ao UOL.
Atualização - No fim da tarde, por telefone, em entrevista à Folha de S. Paulo, Zequinha confessou a mentira, atribuindo-a a um "momento de surto psicótico".
Segundo o ex-nadador, acabou se deixando levar pela vaidade. "Caí na fogueira das vaidades. Aí você sabe os riscos que corre. Todos já foram execrados. Acabou. Já pedi desculpas à Katia e à comunidade da natação. Caso encerrado. Fui execrado e já me manifestei a quem devia. Não gostaria mais de falar", finalizou.
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