Pesquisador grego defende Atenas de piores Jogos da história

 

Piscina abandonada 10 anos após Jogos de 2004 / Foto: Getty Images

Rio de Janeiro - É impossível, em se tratando de Jogos Olímpicos, não apontar referências em boa organização e entrega do que foi planejado. Geralmente indicam Barcelona 1992 como exemplo a ser seguido. E, se há um exemplo bom, contrariamente há um ruim. E quem costuma ficar com essa pecha são os Jogos de Atenas, em 2004. 
 
Tendo deixado como legado uma coleção de elefantes brancos, além de serem apontados como parcialmente responsáveis pela enorme crise econômica que assolou a Grécia nos anos seguintes, os Jogos Olímpicos de 2004 viram atrasos, gastos extraordinários e pouco retorno. 
 
Mas a má fama encontra um defensor voraz: o professor Konstantinos Georgiadis, pesquisador da Academia Olímpica Internacional. Participante do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), ficou surpreso ao criticarem a experiência grega. 
 
"Depois dos Jogos mudou o governo e demorou-se a definir o uso das instalações. A imprensa considera o legado das instalações como o mais importante. Mas esta foi a menor parte. O grande legado foi da infraestrutura, no turismo, na educação e na mudança da mentalidade do povo. É difícil comparar legados, mas acredito que o de Atenas foi maior do que o de Barcelona. Mesmo com todos os problemas, os Jogos de Atenas foram uma experiência única para a melhora da cidade, do país e da auto-estima do povo grego", defendeu. 
 
Georgiadis lembrou que "apenas" duas das 18 arenas utilizadas nos Jogos ficaram sem uso de fato. Casos do circuito de canoagem slalom e da arena de vôlei de praia. Por outro lado defendeu que a melhora da infraestrutura do país impulsionou o turismo local. 
 
"Acho que os países têm mais benefícios do que elementos negativos. As cidades vão mudar, há muitos projetos, mudanças no serviço, mentalidade do povo e educação. Como você pode receber 10 milhões de pessoas a mais sem infraestrutura? Não foram só os Jogos que proporcionaram isso", continuou. 
 
As fotos divulgadas em 2014,  que atentam para os elefantes brancos de Atenas, não são conhecidas por Georgiadis. Ele também reluta em associar a crise econômica do país com os gastos nos Jogos Olímpicos, que custaram na cotação da época, R$ 31 bilhões (com o euro valendo R$ 3,60 em 2004).
 
"A crise econômica não tem nada a ver com os Jogos Olímpicos. Foi causada por decisões erradas dos políticos. A Grécia gastou € 40 bilhões (R$ 144 bilhões) com o país naquele período dos Jogos, sendo que apenas € 4 bilhões foram para as instalações das Olimpíadas. É uma parte muito pequena para ter causado a crise", finalizou. 
 

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