Relembre: pressão por ouro fez japonês se matar e deixar bilhete

Kokichi Tsuburaya / Foto: Reprodução / Twitter

Rio de Janeiro – Muitas vezes a pressão que um atleta de alto rendimento sofre para apresentar resultados pode resultar em situações extremas e irreversíveis. Foi o caso do maratonista japonês Kokichi Tsuburaya que, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 1964, tinha tudo para conquistar uma medalha de prata mas, nos metros finais, foi ultrapassado e acabou ficando com o bronze. A frustração gerada a partir desse momento culminaria com o suicídio do atleta.
 
Era claro que, após ter se entristecido com o bronze, Tsuburaya havia traçado um novo plano, cujo resultado só cabia uma medalha de ouro, conforme contou seu colega de quarto na época. “Cometi um erro imperdoável diante de todo o país. Só terei o perdão se ganhar o ouro nas Olimpíadas do México e entrar no estádio com a bandeira japonesa".
 
A partir de então o atleta não fazia outra coisa senão treinar exaustivamente. Abriu mão de família, namorada e amigos. Traçou, com a junta militar japonesa, um rigoroso plano de quatro anos de treinamento para conquistar o título olímpico.
 
O excesso de treinos, porém, era grande e as lesões começaram a aparecer. A sobrecarga causou uma grave lesão na região lombar de Tsuburaya, que fez com o que o atleta ficasse três meses fora das pistas se recuperando.
 
Quando voltou aos treinos a diferença foi percebida imediatamente: seu corpo já não era mais o mesmo. As dores, permanentes, fizeram com que o atleta de 27 anos não conseguisse correr mais como antes. As semanas que se seguiram, com esforços extremos, não foram suficientes para fazer com que ele voltasse a sua grande forma.
 
Em 9 de janeiro de 1968, a alguns meses dos Jogos Olímpicos do México, os colegas de Tsuburaya deram falta do maratonista durante uma refeição. Foram até o quarto e o encontraram envolto a muito sangue, com o pescoço cortado. A lâmina de barbear em uma das mãos. Na outra, a medalha de bronze dos Jogos de 1964. Na cômoda, um bilhete: “estou cansado, não posso correr mais”.
 
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