TCU vê irregularidades do COB no uso de dinheiro público
Rio de Janeiro - Algumas irregularidades foram detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na utilização dos recursos públicos encaminhados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no período entre 2007 e 2008.
Um dos principais problemas identificados no relatório do órgão foi a destinação do repasse da Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 87 milhões, via Lei Agnelo/Piva. O montante, oriundo das loterias federais, deveria ser dado às 28 confederações olímpicas. Entretanto, mais de 25% do dinheiro foi gasto na manutenção do COB - percentual maior que o previsto.
Augusto Sherman, ministro do TCU relator do processo, afirma que o "custeio da máquina do COB haveria consumido cerca de 52% da parcela que lhe coube dos recursos".
"Não é demasiado ressaltar que diversas dessas confederações, a não ser aquelas poucas que já podem contar com patrocínios significativos, praticamente não contarão com outra receita, que não a oriunda dos repasses em questão", ressalta Augusto.
Além do não explicado redirecionamento do dinheiro, segundo o TCU, o COB ainda foi responsável por algumas despesas não devidas de acordo com a lei.
Além de constatações pragmáticas, o Tribunal sugere ao COB que diminua "substancialmente" o valor do aluguel da sede da organização, pago com recursos públicos.
Outra sugestão é a de que o COB paga valores extremos aos seus funcionários, acima do "teto do funcionalismo público", conforme relatório em questão pontuado pelo ministro Sherman.
Segundo o COB, “o processo já havia sido arquivado e muitas das observações já foram cumpridas. As demais providências serão tomadas dentro do prazo estipulado”.