Tricampeã olímpica, Kerri Walsh quer silenciar Copacabana em 2016

Kerri Walsh adora o Brasil e, especialmente, a torcida fanática por vôlei / Foto: Reprodução/Twitter

Rio de Janeiro - Kerri Walsh adora o Brasil e, especialmente, a torcida fanática por vôlei. Mas todo o trabalho na atual temporada, junto com a atual parceira April Ross, tem um só objetivo: transformar o grito brasileiro das arquibancadas em silêncio.
 
“Não me importo (com a torcida contra). Eles amam vôlei e é isso que eu levo dos torcedores brasileiros. Eles apreciam o esporte. Mas meu objeto é silenciar as arquibancadas”, disse, às vésperas da abertura da chave principal do Rio Open, torneio que integra o Circuito Mundial 2015 e que serve de evento-teste da modalidade para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
A etapa, que será realizada desta quarta (02.09) até domingo (06.09), vale pontos para o ranking que pode dar a Walsh a chance de chegar à quarta medalha seguida em Olimpíadas. Ela já tem três, todas de ouro, conquistadas com a antiga parceira Misty May em Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. No caminho até cada uma delas, fortes times brasileiros deram trabalho à tricampeã olímpica.
 
“A gente sempre teve Estados Unidos x Brasil como uma rivalidade forte. Eu pude jogar contra Adriana (Behar) e Shelda na final de Atenas, quando ganhei minha primeira medalha de ouro, e é sempre uma honra jogar contra as brasileiras, especialmente pela paixão que os brasileiros têm pelo esporte. Meu objetivo aqui é chegar à final, é colocar nossa dupla em condições de lutar pelo ouro. Competir aqui será uma honra”, projetou.
 
Caminho até 2016 - Walsh explicou que a classificação para os Jogos Rio 2016 nos Estados Unidos depende da participação em 12 eventos do Circuito Mundial. Desses, serão considerados os dez melhores resultados, e as duas duplas que pontuarem mais carimbam o passaporte.  
 
“Mesmo com a minha lesão, este será meu sétimo evento. A maioria das duplas dos Estados Unidos já tem mais de dez. Estamos atentas ao calendário, mas no ano que vem ainda haverá três ou quatro Grand Slams e alguns Opens. É possível”, disse.
 
A atleta se referiu a dois deslocamentos do ombro direito, primeiro em maio, no Grand Slam de Moscou (Rússia), e depois novamente no Major Series de Gstaad (Suíça), em julho. Para preservar o ombro, Walsh optou pelo saque por baixo e por ataques com a mão esquerda no Grand Slam de Long Beach, nos Estados Unidos, de 18 a 23 de agosto, quando ela e Ross foram derrotadas na final por 2 sets a 0 pelas brasileiras Larissa e Talita.  No Grand Slam de Olsztyn, na Polônia, dias depois, a dupla norte-americana ficou em quinto. 
 
Walsh disse que não está sentindo dores no ombro no momento, mas considera a lesão “um grande desafio que deixa o time ainda mais forte”.
 
Mãe, esposa e atleta - Mesmo sem a vaga garantida em 2016, a jogadora de 37 anos fala com naturalidade sobre a hipótese de se despedir da areia após os Jogos do Rio.
 
“Não sei se serão meus últimos jogos. Se tivesse que apostar, apostaria que serão meus últimos. A questão é: amo o que faço, mas tenho que falar com a minha família, porque ficar longe do marido e dos filhos tem sido mais e mais difícil”, revelou.
 
A atleta é casada com Casey Jennings, também jogador de vôlei de praia, e tem três filhos: Joseph Michael, 6 anos, Sundance Thomas, 5, e Scout Margery, 2. Segundo Walsh, cada vez mais as vitórias como atleta só têm sentido com a participação da família, como no momento que ela elegeu o mais marcante da trajetória olímpica.
 
“Foi logo após vencer em Londres. Meu marido se aproximou com meus dois filhos, Misty segurou os meninos, eu beijei meu marido e meus pais estavam lá, meu irmão, minha família. Meu mundo estava lá, olhamos uns para os outros e dissemos: ‘chegamos até aqui juntos. São só duas pessoas na quadra, mas há muito por trás da vitória’. Aquele momento, que eu dividi com meus filhos e com todo mundo que eu amo, foi muito abençoado”, recordou.
 
Kerri leva uma vida simples e “praiana” em Manhattan Beach, na Califórnia. Ela se esforça para ter hábitos saudáveis, como comer e dormir bem. No esporte, o segredo, segundo ela, é mais do que conhecido: colocar o coração em cada lance. E é assim que ela espera retornar a Copacabana em 2016.
 
Como as duplas mais bem ranqueadas no mundo atualmente são brasileiras (Ágatha/ Bárbara e Larissa/Talita), ela sabe que um grande confronto Brasil x Estados Unidos é bem provável nos próximos Jogos Olímpicos, mas desta vez com a “casa cheia” a favor dos donos da casa.  
 
“Estou esperando Jogos Olímpicos incríveis. Sou uma grande fã deste país e do Rio, sei que vocês serão anfitriões incríveis. Quero me classificar para voltar aqui e viver essa experiência. Se a gente se classificar, nossa missão é o ouro. Sei que será um imenso desafio, mas são os desafios que nos fazem mais fortes”, afirmou.
 
 
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