Heroína do Brasil se inspira em irmã com Down para bi mundial

Babi e sua irmã, Cássia / Foto: Reprodução / Instagram

Rio de Janeiro – A responsável pelo gol de empate no último segundo do jogo de estreia do Brasil no Mundial de Handebol, contra a Coreia do Sul, foi Alê, mas Babi Arenhardt, goleira eleita a melhor jogadora da partida, com 14 intervenções, é quem vem sendo o pilar da seleção. E ela tem uma fonte inesgotável de inspiração dentro de casa: a irmã Cássia, de 31 anos, portadora da síndrome de Down.
 
"Na nossa família minha irmã é nosso anjo, nosso porto seguro. Nossa união vem muito dela porque ela é só amor, nada mais. Ela é a mais velha. Nós nascemos com ela ensinando a gente o que era amar. Nada dela tem malícia, pensamento anterior ou planejamento. Ela é o que ela é. Ela é um docinho", conta, emocionada, Babi, em entrevista ao UOL Esporte.
 
Natural de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, Babi tem ainda outros dois irmãos: Amanda, de 28 anos, e Guilherme, de 25. Mesmo vivendo há oito anos na Europa, devido à carreira no handebol, a goleira pretende um dia fazer mais pelas pessoas com a mesma síndrome de sua irmã.
 
"Eu tenho em mente um projeto. Queria ter um trabalho dentro de uma faculdade que abrisse espaço para fazer esporte com pessoas com Down. Com psicologia, educação física, neurologista. Está tudo no papel. Não sei quando vou voltar para o Brasil, mas quero iniciar isso", explica.
 
A mãe, Rose, morta há dois anos, ajudou a conceber essa ideia. "Minha irmã nasceu em uma época em que as coisas eram muito diferentes. Quando minha mãe foi com ela neném no colo o médico falou que ela ia vegetar e viver até os 19 anos. Hoje ela tem 31. A inclusão sempre foi muito difícil. A escola não estava preparada, passamos por 'n' coisas que eu podia ficar aqui contando. Hoje ela tem uma pessoa que fica o dia inteiro com ela, que ama trabalhar com isso e você vê que tem pessoas lutando", afirma Babi.
 
Especialistas em síndrome de Down afirmam que a principal ferramenta para ajudar essas pessoas é integrá-las ao convívio sem diferenças, como por exemplo que freqüentem as mesmas escolas que as outras crianças, uma bandeira atual dos ativistas dessa causa.
 
"A gente tenta incluir minha irmã no maior número de coisas possíveis. Aqui na seleção todo mundo conhece ela. Meus irmãos levam ela na balada, no cinema... Acho que quando a gente era menor, ela mesma sabia que era diferente. As pessoas olhavam e ela falava: 'Por que estão me olhando? Meu, sou igual a ti'. Hoje ela não tem mais a sensação de que ela é diferente", finaliza a brasileira.
 
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