Ronaldo da Costa é homenageado em Berlim
Rio de Janeiro - O mineiro Ronaldo da Costa virou personalidade internacional ao vencer a Maratona de Berlim, na Alemanha, em 1998, com o recorde mundial de 2:06:05 - há exatos 15 anos. Por causa disso, ele está agora na cidade alemã para ser homenageado. Aproveitará para assistir a tradicional prova neste domingo 29 e torcer para o brasiliense Marilson Gomes dos Santos, que tentará melhorar o resultado pessoal nos 42,195 km, que é de 2:06:34, alcançado em Londres, em 2011.
Na segunda maratona da carreira, o corredor nascido na cidade de Descoberto, em Minas Gerais, estabeleceu a marca mais rápida do mundo, superando o recorde anterior de 2:06:50, estabelecido pelo etíope Belayneh Dinsano, em Roterdã, na Holanda, 10 anos antes.
Ronaldinho, como era conhecido, vinha de resultados consistentes e na estreia havia completado a maratona em 2:09:95, em Berlim mesmo, no ano anterior. Ele largou no dia 20 de setembro de 1998 para completar a prova em menos de 2:08. Acabou correndo em 2:06:05, ainda hoje recorde sul-americano.
Ronaldo da Costa, sempre bem-humorado, agora aos 43 anos, está muito contente pela lembrança. "Estou muito feliz por ter sido convidado para voltar a Berlim. Parece a primeira viagem da minha vida. Estou muito ansioso", comentou o antigo corredor.
Em 1994 ele conquistou a Medalha de bronze no Mundial de Meia Maratona em Oslo, na Noruega. No mesmo ano ganhou a Corrida de São Silvestre, que não tinha um brasileiro campeão desde a vitória de José João da Silva em 1985. Em 1995, ganhou bronze nos 10.000 m no PAN de Mar del Plata, na Argentina, e no ano seguinte foi prata no Mundial de Maratona em Revezamento em Copenhague, na Dinamarca.
Depois de bater o recorde da maratona, uma série de lesões e problemas pessoais não permitiram a regularidade na carreira. Ronaldinho trabalha hoje no Instituto Joaquim Cruz, em um programa de detecção de talentos, na cidade satélite de Ceilândia, no Distrito Federal.
Marilson Gomes está em Berlim, justamente para desafiar, entre outras coisas, o tempo de Ronaldo da Costa. O brasileiro ficou 32 dias em treinamento na altitude de 2.600 m, na cidade de Paipa, na Colômbia. Na volta ao Brasil, passou mais alguns dias entre a preparação em Campos do Jordão, a 1.600 m de altitude, e os treinos em pista de Taubaté, também interior de São Paulo.
Bicampeão da Maratona de Nova York, tricampeão da Corrida de São Silvestre, medalha de ouro na prova dos 10.000 m no PAN de Guadalajara, ele foi quinto colocado na maratona da Olimpíada de Londres.
A prova de Berlim é muito especial. Das dez melhores marcas do mundo na especialidade, cinco foram alcançadas na capital alemã, inclusive o recorde mundial do queniano Patrick Makau, com 2:03:38, marca registrada em 2011.
